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Método australiano reduziria em 33% custo de tratamento de água da Grande JP

Uma nova tecnologia chamada de Water Cleanser (limpador de água, em tradução direta), que é nativa da Austrália e foi importada por empresários brasileiros, promete ajudar a resolver os problemas da poluição nos rios e mananciais do país, como os que já estariam acontecendo nos reservatórios de Marés e Gramame, que abastecem a Grande João Pessoa. Esse método poderia reduzir de R$ 1,2 milhão para R$ 800 mil o custo mensal com tratamento de água na região metropolitana da Capital, o que representaria uma queda de 33,33%.


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A tecnologia, que é não recebe produtos químicos, foi trazida ao Brasil pelos empresários Joel de Oliveira, Luís Magalhães e Heráclito Ribas. O Water Cleanser é uma placa de cultura de bactérias que trabalham na limpeza de mananciais ou rios que estejam em processo de poluição ou totalmente poluídos.


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Além da Austrália, o novo método já conseguiu resolver problemas de poluição de mananciais na Nova Zelândia, EUA, Myanmar, México e Tailândia.

Em entrevista ao Portal Correio, Joel de Oliveira contou que a tecnologia chegou ao Brasil no início do ano e passou por testes em uma universidade do Rio de Janeiro, onde foi aprovada.

“A aplicação da tecnologia é simples, já que se trata de uma barra que fica imersa que é capaz de proliferar as bactérias boas do local, eliminando qualquer possibilidade de surgimento de organismo estranho ao ecossistema daquele ambiente. Ela foi testada na Universidade Santa Úrsula e aprovada. A placa conseguiu reduzir a zero os coliformes que estavam presentes no tanque de teste. Agora, estamos colocando a tecnologia no mercado para ajudar a despoluir os rios e mananciais do Brasil”, contou o empresário.

Durante a ação, a placa do Water Cleanser consegue aumentar significativamente os números de bactérias boas no ambiente. Essas bactérias são responsáveis por eliminar a poluição através do consumo de materiais que servem de alimentos para algas e bactérias nocivas e que podem causar doenças.

“A placa serve de casa para as bactérias boas e utiliza apenas oligoelementos, que são microminerais, que potencializam a reprodução dessas bactérias boas em trilhões de vezes mais rápido do que na natureza. Assim, o ambiente aquático é limpo mais rapidamente e com uma redução de custo que pode superar os 32% em comparação com o sistema atualmente utilizado pelas principais empresas do Brasil”, afirmou Joel.


Produto já é comercializado

Ainda segundo Joel, atualmente empresas de saneamento básico e distribuição de água nos estados do Rio de Janeiro, São Paulo, Santa Catarina e Minas Gerais estão em negociação para adquirir a tecnologia.

Com relação à Paraíba, o empresário contou que ainda não manteve ou recebeu contato da Companhia de Águas e Esgoto do Estado da Paraíba (Cagepa) ou da Secretaria de Recursos Hídricos, do Meio Ambiente e da Ciência e Tecnologia da Paraíba, mas entende que o Estado necessita de projetos para garantir a qualidade da água.

“Como estamos começando, ainda não conseguimos contato com empresas do Nordeste, especialmente da Paraíba. Sabemos da importância dessa tecnologia para o estado, já que, além dos problemas da seca, a poluição já está afetando os mananciais de água para a população. Esse é um problema nacional, e vamos tentar ajudar”, afirmou Joel Oliveira.


Projeto tentou despoluir Lagoa Rodrigo de Freitas

Joel também afirmou que houve tentativa de negociações com o governo do Rio de Janeiro e o Comitê Olímpico Internacional (COI) para que o Water Cleanser fosse utilizado na limpeza da Lagoa Rodrigo de Freitas, mas a organização das Olimpíadas informou que não daria tempo.

“Entramos em contato com o COI e o governo do Rio para tentar despoluir a Lagoa Rodrigo de Freitas, mas eles acharam que não daria tempo de terminar a despoluição antes das Olimpíadas. O que sabemos é que certamente os custos comparados com o processo de despoluição atual seriam bem menor”, contou Joel.

Tratamento da água para a Grande JP custa R$ 1,2 milhão por mês

Ao Portal Correio, a Cagepa informou que o tratamento adotado para distribuir água tratada a população da Grande João Pessoa é feito por duas estações de água, que realizam os processos de coagulação, floculação, decantação, filtração e cloração.

Ainda segundo a Cagepa, todo o processo de tratamento da água na Capital tem um custo de R$ 1,2 milhão, o que poderia ser reduzido para pouco mais de R$ 800 mil com a adoção do novo método, por exemplo. Além disso, o processo é feito obedecendo padrões estabelecidos pelo Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama).

“Levando-se em consideração o custo com produtos químicos, podemos considerar uma média de R$ 1,2 milhão [por mês]. A Cagepa executa análises dos mananciais dos pontos de captação das barragens de Gramame e de Marés em termos de metais pesados, agrotóxicos, algas e análises físico-químicas e bacteriológicas e até o presente momento encontram-se dentro dos padrões estabelecidos pela portaria nº 257/2005 do Conama para classe 2”, disse a Cagepa.

Estado reconhece importância e já desenvolve projetos

Segundo o secretário de Recursos Hídricos, do Meio Ambiente e da Ciência e Tecnologia da Paraíba, João Azevedo, qualquer tecnologia que possa beneficiar a população, que garanta a reutilização da água ou que diminua os custos com a limpeza dos mananciais, pode ser analisada pelo Estado.

O secretário também afirmou que a Fundação de Apoio à Pesquisa do Estado da Paraíba (Fapesq) desenvolve projetos relacionados com a reutilização da água.

“Temos o conhecimento dessa tecnologia. O que existe na verdade é que esse tipo de equipamento ou de tratamento pode ser implementado em estações de esgotamento sanitário e oferecer reuso para essa água. É uma técnica importante, principalmente para que você reutilize essa água para indústria ou para agricultura. Aqui no Estado, a Fapesq já começou a desenvolver alguns projetos para que a gente possa implementar o reuso para irrigação em algumas estações de tratamento aqui na Paraíba”, afirmou o secretário.

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