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Moradores dizem que ?rea do Pico do Jabre est? abandonada e polu?da, na Para?ba

Moradores da área do Pico do Jabre, em Maturéia, a 330 km de João Pessoa, reclamam que o espaço tem sido alvo de caça predatória, desmatamento e poluição. O espaço abriga o ponto mais alto da Paraíba, com 1.197 metros de altitude, e possui uma área de cerca de 850 hectares de mata atlântica e de caatinga típicas do Sertão nordestino.

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De acordo com moradores da área, o local vem sendo constantemente invadido e explorado sem uma fiscalização efetiva. Os rastros deixados são lixo e armadilhas para caçar animais, em várias partes. Outro caso relatado pelos moradores é a grande quantidade de antenas de comunicação instalada no local, considerado um dos mais importantes do Brasil, onde já foi encontrada uma espécie rara de cobra cientificamente identificada com T. marcovani Lema.

O Pico do Jabre também é espaço natural da borboleta conhecida popularmente como rabo-de-andorinha. Espécies raras de orquídeas também são encontradas no espaço, além de tantos outros animais e vegetais que listam as espécies típicas daquela região do país.

Abaixo-assinado

Para sensibilizar os responsáveis pela conservação e preservação da área do Pico do Jabre, representantes de Organizações não Governamentais (ONGs) e de entidades representativas da sociedade organizaram um abaixo-assinado online para tentar sensibilizar e cobrar ações imediatas que impeçam a destruição daquela área de conservação ambiental. Acesse aqui o abaixo-assinado.

Um dos idealizadores do documento, John Philip Medcraft, representante do Grupo Independente de Análise e Ação Social e Política de Patos (cidade próxima de Maturéia), chamou a atenção para o tempo em que foi assinado o decreto de criação do Parque, cerca de 13 anos, sem que nenhuma ação concreta fosse encaminhada para transformá-la de fato num local de preservação e visitação turística.

“Desde 2002, ano de sua criação, que o Parque do Pico do Jabre existe, mas somente no papel”, reclama o ativista que denuncia a prática de acampamentos ilegais para a caça e de desmatamento. “Estão caçando os animais daqui para vender, além de desmatar e poluir o ambiente. Se providências urgentes não forem tomadas, em pouco tempo, o espaço será destruído e não restará mais nada para ser preservado”, alertou.

Os defensores do Pico do Jabre querem ações conjuntas que envolvam todos numa articulação que traga resultados urgentes. Na opinião dele, trata-se de um lugar de beleza ímpar e de vegetação especial que precisa de atenção constante, de fiscalização e de investimentos.

Além do apoio de entidades civis, a luta pela preservação do Pico do Jabre tem a Universidade Federal de Campina Grande (UFCG), através do curso de Engenharia Florestal, como um aliado importante.

“O objetivo é reunir todos, representantes da Superintendência de Administração do Meio Ambiente (Sudema), Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), moradores da área, UFCG e Prefeitura de Matureia, para que juntos possamos nos empenhar para transformar realmente em parque de preservação o Pico do Jabre”, revelou John Philip.

Sem desapropriação

Bruno Wanderley, secretário de Meio Ambiente de Maturéia, informou que desde 2002, quando a área do Pico do Jabre foi criado, através de decreto, as cerca de 20 famílias proprietárias das terras ainda não receberam indenização, ou seja, na realidade não houve desapropriação.

Ele disse ainda que a Prefeitura de Maturéia não pode fazer qualquer interferência na área porque ainda trata-se de um local privado. “Toda área onde foi demarcado o Parque do Pico do Jabre é de propriedade privada. Os decretos caducaram e os cerca de 20 donos das terras não foram indenizados, portanto o parque de fato não existe”.

O secretário disse ainda que a Prefeitura de Maturéia faz as interferências possíveis como a retirada do lixo e o roço da estrada que liga a cidade até o local. “Qualquer outra interferência nossa é ilegal, inclusive em relação à instalação irregular das antenas de telecomunicações”.

Bruno Wanderley disse que existem cerca de 15 antenas, a maior parte delas sem licença para instalação. Ele contou que os proprietários das terras alugam a área para a instalação das antenas como forma de complementar a renda familiar.

“Tem que haver uma interferência tanto do Estado como da União porque o Município não tem condições financeiras para bancar desapropriações ou para impedir o desmatamento, a caça predatória ou a instalação ilegal dessas antenas”, reforçou.

Plano de ação

O superintendente da Sudema, João Vicente, informou ao Portal Correio que está reunindo os órgãos estaduais que trabalham com a questão da preservação ambiental para traçar um plano de ação para a área do Parque do Pico do Jabre.

Ele não quis adiantar quais ações seriam tomadas porque elas ainda estariam em fase de discussão e de planejamento.

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