Há diversas razões para quem precisa ou deseja reduzir emagrecer. E em se tratando de saúde, aliar um plano alimentar com exercícios físicos (e permanecer neles é um dos objetivos a longo prazo) é um consenso científico: eles funcionarão se adequados a cada pessoa, ou seja, se forem individualizados. É nesse cenário que muita gente recorre aos suplementos que prometem o emagrecimento, como o Morosil. Mas será que ele funciona mesmo?
O Morosil é um extrato seco obtido a partir do suco das laranjas moro (Citrus sinensis), fruta vermelha comum na região da Sicília, na Itália. E respondendo à pergunta: não há comprovação científica do seu uso para o emagrecimento. Entretanto, o extrato tem sido largamente comercializado em cápsulas – e, de forma geral, as pessoas dizem ajudar a emagrecer.
“A maioria dos estudos que alegam eficácia do Morosil para emagrecer foram realizados in vivo (em animais, como ratos) e in vitro (células humanas em ambiente de laboratório), o que torna inviável e desonesto extrapolar os resultados para benefícios em humanos”, diz a nutricionista e Profa. Dra. Larissa de Brito Medeiros, do curso de Nutrição do Unipê. “Além disso, os pouquíssimos estudos em humanos realizados apresentaram falhas robustas nos métodos utilizados, bem como conflitos de interesse, a exemplo de um estudo que apresentava um palestrante da empresa fabricante do suplemento alimentar”, completa.
Cuidados e benefícios
O Morosil é rico em substâncias anti-inflamatórias e antioxidantes, como compostos bioativos e vitaminas (polifenóis, carotenoides e vitamina C). Trata-se de um fitoterápico, ou seja, é natural. Contudo, utilizá-lo sem prescrição de um profissional capacitado, como um nutricionista, pode trazer prejuízos à saúde.
“Por ser um suplemento, é necessário haver cuidado, pois alguns fatores devem ser avaliados para sua utilização segura, como: dose utilizada, estado de saúde de quem o usa, bem como o uso concomitante com outros medicamentos e/ou suplementos. Se não levados em consideração esses fatores e a prescrição não for feita por um profissional habilitado, o excesso e as interações com outras substâncias podem aumentar o risco de toxicidade hepática”, frisa Larissa.
Essa avaliação, assim, pode suprimir da pessoa que precisa emagrecer a necessidade de usar o extrato. Até hoje, os estudos demonstram que o Morosil parece ser seguro, desde que observados os fatores citados pela nutricionista. E até aliá-lo a outras substâncias, como a café ou o chá verde, não traz benefícios – pelo contrário, pode acarretar em problemas de saúde por conta das interações e do excesso de ingestão.
Para que pode ajudar?
A nutricionista diz que o extrato (rico em antioxidantes e anti-inflamatórias) pode ser usado na prevenção e no controle de complicações em doenças crônicas. Por exemplo, diabetes, obesidade e hipertensão, já que a inflamação e o estresse oxidativo fazem parte da fisiopatologia.
“Entretanto, não há estudos robustos em humanos da sua aplicação em doenças específicas, havendo apenas observação de melhoras em alguns parâmetros em indivíduos com sobrepeso. É importante frisar que seu consumo só seria possivelmente interessante se a pessoa não ingere quantidades suficientes de frutas, legumes e verduras, pois os compostos bioativos e micronutrientes encontrados no Morosil são facilmente obtidos também a partir desses alimentos”, pontua.
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