Faleceu na madrugada desta quinta-feira (7), em João Pessoa, o escritor e jornalista paraibano Wills Leal, aos 83 anos. A confirmação da morte foi fornecida pela Associação Brasileira de Jornalistas de Turismo da Paraíba (Abrajet-PB), que emitiu uma nota de pesar.
Segundo a nota, Wills Leal foi vítima de uma parada cardiorrespiratória. O breve velório vai acontecer na Central de Velório São João Batista, em João Pessoa, e, a pedido do próprio escritor, o corpo será cremado.
Wills Leal Nasceu no dia 18 de setembro de 1936, em Alagoa Nova, no Brejo da Paraíba, a 148 km de João Pessoa. Graduou-se em Filosofia e, posteriormente, bacharelou-se em Línguas Neolatinas, na Universidade Federal da Paraíba (UFPB), especializando-se em Língua e Literatura Francesa. Ingressou na Academia Paraibana de Letras em 29 de maio de 1992.
O governador João Azevêdo (Cidadana) divulgou nota externando profundo pesar pela morte do escritor, jornalista e crítico de cinema Wills Leal, na madrugada desta quinta-feira (7), ao mesmo tempo prestou homenagem a um dos maiores expoentes da cultura e do turismo na Paraíba.
Wills Leal era membro da Academia Paraibana de Letras e foi idealizador de vários projetos nas áreas de cultura e turismo. Fundou a Academia Paraibana de Cinema e criou a ‘Roliúde Nordestina’ na cidade de Cabaceiras. Foi o primeiro ombudsman da imprensa paraibana no extinto Jornal O Norte e, como crítico cinematográfico, divulgou vários trabalhos em jornais da Paraíba, revistas especializadas e no exterior.
“O governador João Azevêdo expressa ainda o desejo que os amigos e familiares de Wills Leal sejam confortados neste momento de perda, e que seu legado possa servir como alento para preencher o espaço deixado pela sua partida”, disse a nota divulgada pelo Governo do Estado.
O prefeito de João Pessoa, Luciano Cartaxo (PV), também emitiu, nesta quinta-feira (7), uma nota de pesar pelo falecimento do jornalista e escritor Wills Leal.
“Foi com muito pesar que recebemos a notícia de seu falecimento. Wills Leal foi um grande entusiasta da cultura em todas as formas no nosso Estado e teve uma presença marcante no cinema e literatura paraibanos. Que Deus dê todo o conforto e serenidade a seus familiares e amigos para suportar a dor da perda e se reconfortar na certeza de que seu legado o deixará vivo na nossa história, disse.
O presidente da Assembleia Legislativa da Paraíba (ALPB), Adriano Galdino, em nome de todos os deputados e servidores da Casa, lamentou o falecimento do escritor, jornalista e crítico de cinema Wills Leal. Na noite desta quinta-feira (7), a partir das 21h, a TV Assembleia vai homenagear o escritor reprisando entrevistas concedidas por ele aos programas Dedim de Prosa e Memória Doc.
A Mesa Diretora da Câmara Municipal de João Pessoa (CMJP) também lamentou o falecimento do jornalista. “A Casa Napoleão Laureano transmite seus sentimentos à família e amigos de Wills Leal, reconhecendo sua contribuição no cenário cultural paraibano através das audiovisualidades e da literatura, e enaltecendo seu trabalho na promoção do turismo do estado”.
A Academia Paraibana de Letras (APL) também lamentou. “É valioso o legado escrito de seu amor à cidade de João Pessoa: Memorial da Festa das Neves, No tempo do lança-perfume, A saga de um grande clube, Era feliz e não sabia, O real e virtual no turismo da Paraíba”. Como acadêmico, no convívio e na atuação da entidade, permanece a irrequietude operosa do seu espírito. É uma grande perda para a nossa Casa”.
O Festival Aruanda do Audiovisual Brasileiro se solidarizou, em nota, com a família, amigos e comunidade artística paraibana.
“A um só tempo – e como se fosse muitos… – Wills Leal jogou literalmente nas 11 e por isso mesmo seu legado é amplo, com várias contribuições no campo do turismo, na reconstituição do carnaval paraibano e pessoense, da efervescência política pré e pós-1964, do curso de Direito, das revoltas estudantis e por aí vai. Tudo transformado em memória em forma de livros e publicações na imprensa local. No cinema, em particular, residia, porém, sua paixão maior, arrebatadora desde a primeira sessão ainda na infância”.
Seu ‘filme de cabeceira’ foi ‘Hiroshima Meu Amor’, de Alain Resnais (1922-2015). Com ‘Aruanda’, clássico do cinema novo, de Linduarte Noronha (1960), torna-se ‘testemunha ocular’ dessa trajetória ascendente do cinema paraibano até os dias atuais e cuja homenagem em 2018 no Festival Aruanda consagrou tal atuação. Foi laureado e recebeu o troféu Memória Viva do Cinema Paraibano pelo Centro de Pesquisadores do Cinema Brasileiro (CPCB), cuja horaria lhe fora entregue pela docente da ECA-USP, Marília Franco.
“É com essa referência que Wills Leal deve ser lembrado, afinal, ninguém melhor que ele traduziu esse papel que lhe coube de garimpar nossa história desde os anos 1897, com a chegada do cinematógrafo em plena Festa das Neves, passando por Walfredo Rodriguez, o ‘primeiro cineasta’ nos anos vinte. Fato é que, sem Wills Leal saberíamos bem menos de nossa própria gênese, daí sua indiscutível relevância, reconhecida em vida pelo festival mais antigo do Estado que deverá repetir a dose no aniversário de 15 anos, em dezembro próximo. Viva Wills Leal!”, disse o Festival.