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Mulheres do século XXI

Estive presente, recentemente, na posse do desembargador José Ricardo Porto no Tribunal Regional Eleitoral. E, além de prestigiar um amigo, acabei testemunhando um momento histórico no TRE:

A cadeira presidencial ocupada, pela primeira vez, por uma mulher.

A desembargadora Maria das Graças Guedes faz história. E tem, com razão, orgulho disso.

Elegantemente, ela me mostrou a placa que registra sua gestão. Olhando a cena, a juíza Michelini Jatobá perguntou:

– O que acha disso? Da ascensão da mulher?

Tenho a presunção de achar que, nesta Paraíba, pouca gente enfrenta esta inquirição com maior conforto do que eu.

Até porque minha resposta não se circunscreve ao que penso. Ela é mais ampla e eloquentemente respondida, na verdade, pela forma como venho agindo ao longo da vida.

Começando pela minha casa, onde Sandra se destaca como profissional de excelência na arquitetura. E se estendendo às empresas, onde as mulheres definitivamente reinam.

No Sistema Correio, por exemplo, elas estão (e sempre estiveram) nos cargos mais estratégicos – do comando exercido por Beatriz às diretorias e gerências que efetivamente movem nossas engrenagens.

Os homens que me perdoem, mas não escondo e sequer disfarço minha total predileção pela capacidade de produzir, criar e comandar das mulheres.

O século XXI, meus senhores, é a era delas.

Não mais como coadjuvante. Não mais como auxiliar. Não mais como acessório da humanidade.

O lugar feminino agora é à frente. No topo. Tomando a decisão.

E mesmo quando não estão oficialmente no plano principal, comandam de fato e de direito.

É o que acontece neste instante na França de Macron, o presidente esculpido e forjado sob a influência intelectual e política de Brigitte Trogneux.

No desenho da anatomia do casal, a primeira dama está acima do tronco. E de lá comandará a França.

Não sem razão, as duas principais chefes de estado do mundo (Angela Merkel, da Alemanha, e Theresa May, da Inglaterra) celebraram a vitória de Macron, mesmo que do outro lado da disputa estivesse outra mulher, a conservadora Le Pen.

Aliás, as congratulações efusivas das duas mandatárias fizeram a minha ficha cair.

Elas sabiam que desse embate ganharia, sempre, uma mulher.

Deu Brigitte – mais progressista e afinada com as diretrizes políticas das colegas Angela e Theresa.

Juntas – Brigittes, Angelas, Theresas – estão redesenhando o espaço da mulher no mundo.

E nos fazendo repensar antigas (e vencidas) verdades, tantas vezes repetidas em séculos de dominação masculina: “Por trás de um grande homem existe uma grande mulher”.

Se alguém ainda acha que elas estão atrás, aconselho a olhar de novo – e com mais cuidado – o retrato histórico desse instante da humanidade.

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