“Tem horas que dói um pouco. Tem horas que dói demais. Tem horas que dói pra sempre. Tem horas que dói em paz”. Com essa letra da música do cantor Oswaldo Montenegro, a bacharel de direito Cintia Nascimento de 26 anos, se fortalece e enfrenta o dia a dia de um pós-câncer de mama que a acometeu aos 24 anos de idade, e a deixou sem uma das mamas.
Na semana do Dia Internacional da Mulher, o Portal Correio trouxe histórias de superação e força para vencer a doença que, segundo dados da Agência Internacional para a Pesquisa do Câncer, é a que mais mata mulheres no Brasil e no mundo.
De acordo com Cintia, que foi surpreendentemente diagnosticada no momento mais importante de sua juventude, a notícia foi aterrorizante. “Descobrir isso no auge da minha juventude, que inclusive eu estava terminando a faculdade, estava fazendo estágio, então foi aterrorizador na verdade”, relatou.
Depois de seu tratamento, Cintia ficou famosa nas redes sociais pelos ensaios fotográficos que fez e por contar diariamente a sua história. “Eu usei as minhas redes sociais para mostrar uma série de detalhes que as pessoas simplesmente desconheciam detalhes sobre essas mulheres e eu continuo querendo mostrar isso”, contou.
Cintia fez questão de deixar claro que as mulheres podem ser quem quiserem ser, e o que realmente é o que trazem dentro de si.
“Nós mulheres podemos ser quem nós quisermos, ser independente do nosso externo, porque o que realmente importa está dentro da gente e que cada uma de nós deve se reconhecer para que o mundo nos reconheça também”, disse.
Fé como arma para superação
Gilmaraci Araújo de 48 anos é outro exemplo de enfrentamento desse tipo de câncer que também a deixou sem uma mama. A dona de casa é um retrato de superação, força e vigor feminino para vencer a doença. Há quatro anos quando descobriu o câncer de mama, a notícia foi desesperadora.
“Quando a médica me passou a notícia o mundo desmoronou, depois um tentei centrar e ver que aquilo não era o fim do mundo. Primeiramente eu me peguei com Deus e com Nossa Senhora, e ai com o apoio da família, comecei a fazer o tratamento”, disse.
Gilmaraci relatou que no decorrer do tratamento da doença, sempre reuniu forças e não se abateu, sempre tendo a fé como companheira. “Durante o tratamento, eu nunca me abati, nunca fiquei triste. A gente tem aqueles momentos de altos e baixos, mas eu acho que a fé fez com que eu me levantasse. Deus foi o meu porto seguro, foi o que me levantou de tudo isso”, destacou.
Gilma deixou de lado o estigma de que mulher é o sexo frágil e mandou uma mensagem para todas as mulheres.
“Mulher não é o sexo frágil, é o sexo forte, na realidade. Mesmo você que está passando pelo tratamento e está naquela fase de cair cabelo, sempre faça a unha, se arrume, se levante, porque a gente primeiramente tem que se ajudar, temos que nos levantar para a gente dizer que é o sexo forte e eu senti que sou uma mulher forte”, afirmou.