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Na contramão do país, Paraíba tem alta de usuários de plano de saúde

Na contramão do país, a Paraíba registrou alta de usuários de planos de saúde durante a pandemia de coronavírus, segundo mostrou um levantamento divulgado pelo Instituto de Estudos de Saúde Suplementar (IESS) nessa segunda-feira (31).

Em julho de 2019 a Paraíba possuía 407.981 beneficiários de planos médicos-hospitalares. Até julho de 2020, o número cresceu para 416.919. Os dados apontam para acréscimo de 2,2%. Com isso, a Paraíba teve um desempenho individual melhor que o acumulado nacional. O Brasil registrou queda de 0,2% no comparativo com o ano passado.

Em abril deste ano, quando a curva de contágio do coronavírus começou a crescer na Paraíba, o número de usuários de plano de saúde era 413.231. Em apenas um mês, 3.688 pessoas procuraram contratos de cobertura médico-hospitalar. O primeiro caso de Covid-19 na Paraíba foi confirmado em 18 março. Em 18 de abril, o estado já tinha 236 infectados.

A taxa de cobertura de planos médicos-hospitalares era de 10% em julho de 2019. Em julho de 2020, o percentual ficou em 10,2%.

Por tipo de contratação

Individual ou familiar - 121.349
Coletivo empresarial - 224.433
Coletivo por adesão - 70.786
Coletivo não identificado - 58
Não identificado - 293
Total: 416.919

Planos odontológicos

Em relação aos planos exclusivamente odontológicos, a Paraíba registrou oscilação de dados. Em julho de 2019, o estado possuía 363.940 beneficiários. Em abril de  2020, o número era 379.237, mas, com o avanço da  pandemia, mais de 9 mil pessoas cancelaram contratos e julho de 2020 acabou com 369.859 beneficiários.

A taxa de cobertura de planos odontológicos era de 8,9% em julho de 2019. Em julho de 2020, o percentual ficou em 9%.

Por tipo de contratação

Individual ou familiar - 113.752
Coletivo empresarial - 238.709
Coletivo por adesão - 17.196
Coletivo não identificado - 1
Não identificado - 201
Total: 369.859

Dados nacionais

Entre abril e julho deste ano, 254.545 mil beneficiários deixaram os planos de saúde médico-hospitalares. A redução, de 0,5%, é explicada como decorrência da pandemia do novo coronavírus. Em julho deste ano, o país contabilizava 46.758.762 beneficiários de planos médico-hospitalares e, em julho de 2019, 46.871.006, o que representa uma queda de 0,2%.

De julho de 2019 a julho deste ano, entretanto, a diferença entre adesões e cancelamentos apresentou saldo positivo de 35.558 beneficiários. Em números absolutos, a maior queda ocorreu no estado de São Paulo, cuja perda foi de 50.289 beneficiários entre julho de 2019 e julho de 2020. Em contrapartida, Goiás aumentou em 30.334 beneficiários no mesmo período.

“Alguns números podem ser alterados pela agência [ANS] em função das revisões por parte das operadoras, mas o leve saldo positivo no mês de julho pode indicar que o mercado brasileiro começa a se estabilizar após o forte impacto da crise sanitária”, explica o superintendente executivo do IESS, José Cechin.

Segundo Cechin, no início da pandemia, em fevereiro e março, ocorreram mais adesões do que cancelamentos de planos médico-hospitalares. Já a partir de abril, o setor passou a registrar baixas sucessivas de beneficiários, como consequência do alto índice de demissões, perda do poder aquisitivo da população, fechamento de empresas e interrupção de atividades.

O IESS informou ainda que até mesmo os planos exclusivamente odontológicos sofreram o impacto da pandemia. Embora tenha mantido crescimento de 2,7% no período de 12 meses encerrado em julho deste ano, com 675 mil novos beneficiários, a modalidade perdeu 318,697 mil vínculos (1,2%), entre abril e julho deste ano. A maior queda foi registrada entre os planos coletivos (1,3%), o que corresponde a 275 mil beneficiários.

De acordo com o IESS, em números absolutos, a maior queda de beneficiários de planos odontológicos entre julho de 2019 e o mesmo mês de 2020 ocorreu na Bahia, com menos 44,697 mil beneficiários. Em contrapartida, o estado de São Paulo apresentou o maior crescimento (333,254 mil beneficiários), no mesmo período.

Futuro

O comportamento do setor vai depender dos rumos que a covid-19 poderá tomar no Brasil, do comportamento das pessoas e das ações dos poderes público e privado, avalia o superintendente do IESS. Cechin esclareceu que o comportamento do mercado de planos de saúde médico-hospitalares está atrelado ao saldo de empregos formais no país, uma vez que a maioria dos planos são coletivos empresariais, ou seja, oferecidos pelas empresas aos seus colaboradores. O desemprego e a redução da renda das famílias leva os beneficiários a não poder manter planos individuais e familiares ou mesmo coletivos por adesão, disse Cechin.

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