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Não é determinante para nós, mas apoiamos, diz Argentina sobre acordo UE-Mercosul

Governo Milei pede que, em troca, sócios do Mercosul apoiem pleito argentino de flexibilização para acordos de livre-comércio

Apoiamos, mas queremos algo em troca. Com palavras semelhantes, o governo de Javier Milei manifestou no primeiro dia da cúpula do Mercosul em Montevidéu nesta quinta-feira (5) que apoia o acordo do bloco com a União Europeia (UE), mas que quer em troca uma maior flexibilização do grupo sul-americano.

“Para nós, esse acordo [com a UE] não é determinante, mas a Argentina privilegia o interesse de todos os sócios, ainda que isso contenha certas coisas que não nos contemplam”, disse o chanceler argentino, Gerardo Werthein, em reunião fechada com seus pares.

“Por isso também queremos que olhem as necessidades argentinas, e por isso nos parece muito relevante uma maior flexibilidade na agenda externa para acordos”, seguiu ele, que recém-assumiu o cargo após a saída da antiga chanceler, a economista Diana Mondino.

O governo Milei tem pleiteado abertura do bloco para que os países possam fazer acordos de livre-comércio por fora. Quando Donald Trump foi eleito nos Estados Unidos, Milei, seu admirador, disse que deseja buscar um acordo de livre-comércio com Washington.

“Na Argentina, precisamos importar mais, e importar em condições competitivas, o Mercosul não pode ser como um espartilho para países que, como nós, necessitam dar às pessoas uma saída para a pobreza. O mercado externo é fundamental.”

A taxa de pobreza na Argentina se aproximou de 53% no início do governo Milei, que nos próximos dias completa um ano de gestão. Werthein afirmou que o governo tem avançado no combate à desigualdade social.

Após dias de dúvidas, a chefe da Comissão Europeia, a alemã Ursula von der Leyen, chegou em Montevidéu nesta quinta-feira (5), em uma sinalização de que a negociação técnica pode terminar nesta sexta-feira (6).

A posição argentina faz brilhar os olhos de Luis Lacalle Pou, o presidente do Uruguai que pleiteou abertura para acordos em busca de um mercado comum com a China e viu forte oposição do Brasil.

Mas esta é a última cúpula do centro-direitista, e o aceno de Milei, alguém com quem Lacalle teve relação pragmática mas demonstra fortes discordâncias, não deve ter respaldo de Montevidéu.

À imprensa o chanceler uruguaio, Omar Paganini, disse que o caminho está pavimentado para que a negociação técnica do acordo chegue ao fim, mas que ainda falta consenso entre todos os líderes, falando dos europeus. Espera-se que o anúncio seja feito às 10h de Brasília desta sexta-feira.

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