O atacante Neymar foi punido com dois jogos de suspensão pela expulsão na derrota de 1 a 0 do PSG para o Olympique de Marselha, no último domingo (13), pela segunda rodada do Campeonato Francês. O brasileiro recebeu o cartão vermelho após o árbitro de vídeo (VAR) identificar um tapa do jogador no zagueiro espanhol Álvaro González durante confusão que marcou os minutos finais do clássico.
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Os dois se desentenderam já no primeiro tempo, quando Neymar acusou González de racismo. O atacante disse ter sido chamado de “macaco filho da p…”. A comissão disciplinar da Liga de Futebol Profissional da França (LFP), na mesma nota em que confirmou a punição ao camisa 10 do PSG, informou que investigará o caso envolvendo o zagueiro.
Ainda segundo o comunicado, Neymar será suspenso por mais um jogo se tiver algum problema disciplinar nas próximas 10 partidas na França. O volante Leandro Paredes, também do PSG, recebeu a mesma pena. Já o atacante Ángel Di Maria, outro companheiro de time do brasileiro, foi convocado para a próxima reunião da comissão disciplinar, em 23 de setembro. Ele é investigado por ter cuspido em direção a González.
A punição mais pesada foi dada ao lateral Laywin Kurzawa, mais um do PSG, pela briga com o também lateral Jordan Amavi, que gerou a confusão generalizada da etapa final. Kurzawa recebeu seis jogos de suspensão, três a mais que Amavi, do Olympique. Ao atacante Dario Benedetto, do time de Marselha, também envolvido na discussão, a penalidade foi de uma partida.
Apesar dos desfalques, o atual vice da Liga dos Campeões conquistou a primeira vitória na edição 2020/2021 do Campeonato Francês. Nesta quarta-feira (16), com Neymar na torcida, o PSG derrotou o Metz por 1 a 0, no Parque dos Príncipes, com gol do meia Julian Draxler nos acréscimos da etapa final.
Não foi só em campo que Neymar esbravejou contra González. “Único arrependimento que tenho é por não ter dado na cara desse babaca”, escreveu o camisa 10, no Twitter, logo após a partida. O brasileiro também desabafou contra a arbitragem, que teria sido conivente com o zagueiro.
“[O] VAR pegar a minha ‘agressão’ é mole. Agora eu quero ver pegar a imagem do racista me chamando de ‘mono hijo de p… [macaco filho da p…, em espanhol]. Isso eu quero ver! E aí? Carretilha você me pune. [Por] cascudo, sou expulso. E eles? E aí?”, disse o atacante em referência a um cartão amarelo que levou em fevereiro após reclamar de ser repreendido por tentar uma jogada de efeito. O árbitro daquele jogo foi o mesmo de domingo: Jérôme Brisard.
González se defendeu, também pelo Twitter. “Não há lugar para racismo. [Tenho uma] carreira limpa e com muitos colegas e amigos no dia a dia. Às vezes, você tem que aprender a perder e assumir isso em campo. Incríveis três pontos hoje”, escreveu o espanhol, que foi rebatido por Neymar: “Você não é homem de assumir teu erro, perder faz parte do esporte. Agora insultar e trazer o racismo pra nossas vidas não. Eu não estou de acordo. Eu não te respeito. Você não tem caráter. Assume o que tu fala, mermão. Seja homem, rapá! Racista!”.
Já na segunda-feira (14), o PSG divulgou um comunicado dando apoio a Neymar, afirmando que “não há lugar para o racismo na sociedade, no futebol ou nas nossas vidas e apela a todos para que se manifestem contra todas as manifestações [de racismo] em todo o mundo”.