Dizer que a seleção brasileira é uma das piores já montadas na história de nosso futebol é óbvio ululante. Que a Alemanha conseguiu montar a melhor de sua história, também. Que a Argentina nos superou por completo, mesmo não tendo jogado contra nós, idem, idem. Que Neuer foi o melhor goleiro, sim, mas que Messi o melhor jogador, não. Thomas Müller, Robben e até o irregular Neymar estiveram acima dele.
Discordâncias de leitores sobre minhas frases anteriores sei que existem. São dezenas e dezenas. Mas, algo é unanimidade: a Alemanha mereceu o título e é tetra.
Enfim, vamos tê-la, juntamente com a Itália, querendo nos igualar no penta, em 2018, na Rússia.
Quero mesmo escrever aqui é que o Brasil não é mais o “o país do futebol”. Não é de agora. Há certo tempo, já. Como também a Alemanha não é. Essa coisa de “país do futebol” vai acabar em definitivo. É preciso lembrar até que o futebol foi inventado na Europa, pelos britânicos, e hoje até os Estados Unidos jogam bem (viram o desempenho de seu time na Copa 2014, sob o comando do competente alemão Jurgen Klinsmann?). Os africanos jogam bem. Viram Gana? Deram um trabalho miserável.
Agora, alguns números. Em 20 copas, os europeus ganharam 11, os sul-americanos, 9. Números acachapantes: o vice-campeonato coube a 15 seleções européias e 5 sul-americanas (3 da Argentina e 2 do Brasil). As maiores injustiçadas foram a Holanda por quatro vezes e a Hungria, duas. Dez copas foram realizadas na Europa. Quatro na América do Sul, 2 na América Central e 1 na América do Norte (o que dá 7 nas Américas). Uma na Ásia, outra na África.
O futuro? Só haverá lugar exitoso para técnicos da estirpe de Joachim Low (Alemanha) e Van Gaal (Holanda).
Teremos aí, a partir de amanhã, a segunda etapa do Campeonato Brasileiro. Cronistas do Sudeste prevêem que veremos estádios quase vazios e um futebol apático. Não é uma pedra. Já é uma rocha enorme tentando impedir a mínima recuperação do futebol do País.
Quanto à Copa de 2018, a CBF deve ter a mistura de humildade, sensatez e pragmatismo de contratar um técnico estrangeiro – já e já – para nossa seleção. Por que não avançar os entendimentos com José Mourinho, atual comandante do Chelsea. Por que não Guardiola? Temos direito ao sonho.