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O amigo de Lula

Emílio Odebrecht, com voz mansa e um sorriso de quem estava em paz com o mundo, contou à Justiça como era sua relação com Luiz Inácio Lula da Silva. Detalhou o antes, o durante e o depois da Presidência da República. Conseguiu o que os adversários do petista apenas sonharam: atingir o mito.

Antes, o nome de Lula estava associado a uma gestão comprometida com os mais pobres, com a busca de desenvolvimento econômico pela inclusão social. Depois de Emílio Odebrecht, com seu jeito singular, será impossível esquecer os acordos à margem da lei para financiar o projeto de Poder e a troca de favores a custo altíssimo para os contribuintes.

E os símbolos desse novo tempo ofuscam o sonho que foi personificado por Lula: o sítio de Atibaia, o tríplex, as MPs para favorecer a Odebrecht, o ataque a Petrobras, a mesada para familiares, a conta corrente no Departamento de Operações Estruturadas…

Tudo mudou depois que os vídeos dos depoimentos da Odebrecht foram liberados pelo STF, menos o discurso de Lula, que continua a atribuir as denúncias a plano para impedir seu retorno à Presidência.

“Não sei o que vai acontecer comigo, mas estou na disputa e vou provar que este País pode voltar a ser feliz”.

“Podem ficar certos que eu vou brigar pra voltar, pra fazer muito mais, porque já fiz este País ser quase a quinta economia do mundo.”

“Eu desafio qualquer empresário a dizer que Lula pediu R$ 10. Não posso perder a cabeça com uma coisa dessas, estou tranquilo, vou me preparar para o meu depoimento no dia 3.”

“Pode me bater. Quem nasceu em Garanhuns, como eu nasci, e não morreu de fome não tem medo de nenhuma adversidade. Enfrentarei cada uma delas de cabeça erguida. E meu maior legado é a minha honra, isso ninguém me tira.”

Até Emílio Odebrecht ocupar os mais populares programas nas TVs e sites, Lula liderava todas as pesquisas para 2018. Não foi o único atingido. As declarações arrastaram igualmente os que poderiam ser seus concorrentes, como Aécio Neves, Geraldo Alckmin e José Serra. Mas uma coisa não compensa a outra. O mito foi comprometido.

TORPEDO

É fato que participei de uma reunião em 2010 com um representante de uma das maiores empresas do país. A mentira é que nessa reunião eu teria ouvido referência a valores financeiros ou a negócios escusos da empresa com políticos. (…) Jamais colocaria a minha biografia em risco.

Do presidente Michel Temer, contestando narrativa de delatores da Odebrecht sobre acerto de R$ 40 milhões para o PMDB.

A visita

O ministro da Integração, Helder Barbalho chegou a ser alertado para a possibilidade da visita técnica que programou para acompanhar a chegada das águas do rio São Francisco ao açude de Boqueirão ser boicotada.

Vazão

Havia informação sobre redução da vazão das águas da transposição, a partir da barragem de Camalaú, o que poderia retardar a chegada em Boqueirão e comprometer o objetivo da visita e a solução para Campina.

No caminho

Barbalho, com os senadores Cássio Cunha Lima, José Maranhão e Raimundo Lira, deputados, prefeitos e lideranças, foi a Boqueirão. Depois, seguiu para Riacho Fundo e Barra de S. Miguel, onde a água passava.

Pé-quente

Cássio Cunha Lima e Ricardo Coutinho, os mais fortes candidatos ao Senado, estão embaraçados para 2018. Um, na lista da Odebrecht; o outro, com risco de ser cassado. O cenário é bom para Raimundo Lira.

ZIGUE-ZAGUE

+ Em razão da lista de Fachin, cresce nas redes sociais citações a João Dória (PSDB), Marina Silva (PT), Ciro Gomes (PDT) e Jair Bolsonaro (PSC) para Presidente.

+ Henrique Meirelles (Fazenda) e Dyogo Oliveira (Planejamento) foram os ministros escalados para salvar a reforma da Previdência em meio ao tsunami da Odebrecht.

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