A química e a física concordam num ponto: o vácuo é uma realidade impossível.
E esta regra vale para qualquer espaço intergaláctico – inclusive nesta matéria abarrotada de idiossincrasias e vontades que chamamos de humanidade.
O vazio emocional também é – assim como na natureza física – uma fantasia não realizável.
O que nos leva à inevitável reflexão:
De que – e como – estamos preenchendo este infinito interior?
Domingo, diante da costumeira multidão na Praça São Pedro, Vaticano, o Papa Francisco trouxe em sua homilia uma contribuição para esta contemplação mental:
“O mal é o vazio do bem”.
A mensagem de Francisco embute, em sua obviedade pertinente, um alerta redentor para a humanidade neste instante de tantos conflitos: se preencha com o bem.
Inspirado pela reflexão do Papa resolvi estender este entendimento – com o perdão previsível da Santidade – a outro patamar:
O mal é o vazio do bem – e do bom!
Porque não se trata apenas de cultuar a bondade como contraponto a maledicência e perfídia.
Se trata, também, de buscar insistentemente a convivência com o bom – a profunda, enriquecedora e engrandecedora aliança com pessoas que acrescentam, somam, transmitem valores, sabedoria e cultura.
O ganho que se tem ao se ladear com o bem (e o bom) é diretamente proporcional ao dano provocado pelas más (e infrutíferas) companhias.
Pois o mal gera o mal. E nos conduz ao desastre.
Ou, no mínimo, à perda de tempo.
Um espírito pobre, uma prosa de conteúdo duvidoso, é de fato um péssimo investimento de tempo e energia – e nos deixa suscetíveis ao envenenamento d’alma.
No oposto disso – repito – está a lucrativa (não necessariamente no sentido monetário) aposta no bem e no bom.
Trinta minutos de conversa com uma pessoa de espírito e cultura elevados, por exemplo, nos rende ensinamentos para o resto da vida. E acende farol potente sobre as trevas da confusão.
Particularmente sou um entusiasta dessa garimpagem do bom e do bem.
As mentes culturalmente superiores e as almas nobres me entusiasmam. E estar ao lado delas é garantia de, no mínimo, conquistar upgrade de conhecimentos.
Resumindo a moral dessa história:
O bom, definitivamente, faz muito bem!