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O drible de Ricardo

Que Ricardo Coutinho é um craque no jogo da política, está mais do que provado. Já foi aliado do PMDB contra o PSDB e já se uniu ao PSDB para derrotar o PMDB. E esses são os maiores partidos da Paraíba, com estrelas da grandeza de José Maranhão – três vezes governador, dono da maior votação da história para o Governo, e senador – e Cássio Cunha Lima, duas vezes governador e senador de destaque no cenário nacional.

Ontem, Ricardo Coutinho deu um drible nos que lhe fazem oposição, arrancando de suas mãos a bandeira da defesa da Cagepa ao anunciar que a empresa não será privatizada como parte das soluções paraa crise nas receitas, e que ao contrário, será responsável por um projeto emblemático: a adutora Transparaíba, que vai distribuir águas do rio São Francisco para municípios do Curimataú.

Se colocasse a Cagepa à venda, seguindo a tendência nacional, na tentativa de conseguir recursos para novos investimentos, Ricardo corria o risco de ter o negócio inviabilizado pelos prefeitos de João Pessoa e Campina Grande, cidades responsáveis por nada menos que 59% das receitas da empresa.

A titularidade dos serviços de saneamento básico é dos municípios, as concessões dadas a Cagepa estão vencidas e precisariam ser renovadas para torná-la atrativa aos investidores. Contudo, João Pessoa e Campina Grande avaliam municipalização, e alegam do alto custo da água até os buracos nas ruas que motivam muitas reclamações.

Ricardo aprovaria fácil, na Assembleia, a autorização para a venda da Cagepa. Tem 24 dos 36 deputados. Mas, perderia o discurso que contribuiu com o sucesso de sua trajetória política e ainda poderia enfrentar batalhas judiciais com os prefeitos, enquanto a pequena bancada de oposição no Legislativo levantaria a voz em defesa da empresa.

O presidente Hélio Cunha Lima garante que a decisão de Ricardo tem respaldo nos números da Cagepa, que tem corrigido distorções históricas e passou a superavitária em seu governo, e ainda comemora os investimentos. Prevê vida longa para a empresa.

Contudo, a inspiração política também está clara. Não haverá receita extra para o Estado, mas também não haverá vexame em razão das concessões. João Pessoa e Campina terão que avaliar bem seus planos. E Ricardo ficou coma bandeira de protetor desse patrimônio.

TORPEDO

Portanto, propor a “municipalização” da gestão desses serviços é, na prática, ceder o bem público ao controle de interesses não-públicos. É um atentado contra o direito que o povo da Paraíba tem de ter acesso amplo ao abastecimento de água e ao tratamento sanitário.

Do governador Ricardo Coutinho, atacando os prefeitos de João Pessoa e Campina Grande que avaliam municipalização do saneamento básico.

Adiado

Era previsível que as defesas de Dilma e Temer tentassem adiar o julgamento que pede cassação da chapa eleita em 2014. Mas o relator e o MPE também concordaram que há fato novo que não deve ser ignorado.

Delatores

Decidiram retornar à instrução do processo por conta da homologação das delações de João Santana e Mônica Moura, que antes se recusavam a jurar dizer a verdade, para não produzirem provas contra eles próprios.

Oitivas

Agora que estão comprometidos com a Justiça, serão chamados a falar sobre a relação com a Odebrecht na campanha de 2014. O ex-ministro Guido Mantega será ouvido como testemunha de Dilma Rousseff.

Só em maio

O ministro relator Herman Benjamin, paraibano de Catolé do Rocha, tem pressa. Marcou o primeiro depoimento, o de Guido Mantega, já para quinta-feira. Mas a retomada do julgamento é prevista apenas para maio.

ZIGUE-ZAGUE

+ O esgoto que poluia a praia do Cabo Branco foi identificado graças a ação do conselheiro Nominando Diniz. Agora o TCE tem Comissão Especial para defender a orla.

+ O presidente da Corte, André Carlo Torres Pontes designou auditores para acompanhar providências junto a PMJP e Cagepa. Praias urbanas limpas ajudam o turismo.

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