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O efeito Lula

Ele tentou de tudo. Entrou no túnel do tempo para resgatar a figura do retirante que venceu os poderosos e virou Presidente. Como sempre, falou dos programas sociais e como os pobres foram resgatados e até ganharam novos dentes de graça. Depois, assumiu o papel de vítima da Polícia Federal, do juiz Sérgio Moro e da imprensa. Por fim, se ofereceu à CUT, PT, Sem Terras e PC do B para andar pelo país. Uma ameaça?

Em fala na sede do PT, após ouvido pela PF, o ex-presidente Lula da Silva só não enfrentou a questão que levou a Justiça a autorizar sua condução coercitiva para depoimento: os R$ 30,7 milhões que recebeu, entre 2011 e 2014, das maiores empreiteiras do caso Petrobrás.

Foram R$ 10 milhões para a sua empresa de palestras – a LILS – e R$ 20,7 milhões em doações ao Instituto Lula. As empreiteiras e o pecuarista Antonio Carlos Bumlai teriam gasto R$ 1 milhões no tríplex, R$ 2,44 milhão no sítio e se responsabilizado por R$ 1,3 milhão em armazenamento dos containers com sua mudança de Brasília.

O procurador da República Carlos Fernandes dos Lima citou esses valores ao explicar o que motivou a operação policial na casa de Lula, na sua empresa, no seu instituto, no triplex e no sítio de Atibaia.

Quando Lula falou, a velha retórica do trabalhador contra os poderosos não pareceu adequada. “Estão cerceando a liberdade de Dilma a governar o País”, chegou a acusar. Esqueceu que o PT é o poder?

Por que não enfrentou a questão central e demoliu seus acusadores? Discurso emocional contra fatos? Indicaque não tem respostas. Sinaliza fraqueza, o que na selva da política leva a fuga de aliados. Ruim para o PT e piorparao governo da presidente Dilma.

Por outro lado, graças ao compromisso dos que integram a força-tarefa da Lava Jato, e a idoneidade do juiz Sérgio Moro, o Brasil mostra ao mundo a maturidade de sua democracia. Se a corrupção decepcionou o País, o esforço para descobrir toda a verdade do caso Petrobrás é motivo de orgulho. Estão provando que ninguém está acima da lei.

E tem bônus: a expectativa com desfecho da crise política – a delação de Delcidiodo Amaral e o CasoLula devem apressar decisões do Congresso e da Justiça – muda humor dos investidores. A bolsa subiu, o dólar caiu. É luz no fim do túnel para nossa economia em recessão.

TORPEDO

“Nossa democracia apresenta um quadro de infecção generalizada causado pela corrupção e o único remédio são novas eleições para que a soberania do voto de cada brasileiro possa apontar novos rumos para que o país possa trilhar o caminho do crescimento”.

Do senador Cássio Cunha Lima, que também defende a imediata substituição do presidente da Câmara, Eduardo Cunha.

RC com Lula

O PSB foi para a oposição, o governador Ricardo Coutinho, não. Apoiou o ex-presidente Lula como tem feito com a presidente Dilma. Disse que com Lula foram extrapolados limites do “bom senso” e “apolicicidade”.

Pirotecnia

“Ontem, um ex-presidente se colocava à disposição da justiça para depor. Hoje, um verdadeiro aparato policial foi montado para conduzir coercitivamente esse ex-presidente sob a mira da grande mídia”, criticou RC.

Ação legítima

Para o presidente estadual do PPS e vice-prefeitoda Capital, Nonato Bandeira,”é hora de apoiar nossas instituições. Ninguém está acima da lei. À imprensa cabe divulgar para o povo brasileiro o que está acontecendo”.

Preocupação

Já o presidente do PSDB, Ruy Carneiro vê risco de violência em razão da reação do PT. Para ele, convocar a militância a ir às ruas e reagir é “caminho perigoso” e lamentável. Entende como falta de bom argumento.

ZIGUE-ZAGUE

Se fizeram com Lula… Dilma apressou-se em falar e negar declarações que estariam na delação do senador Delcídio do Amaral, de interferência na Lava Jato.

Sobre a nomeação de ministro do STJ mediante compromisso de soltar empreiteiros, assegurou ser “insidiosa” e atribuiu a desejo de vigança de seu ex-líder no Senado.

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