A Bíblia ensina que “tudo tem o seu tempo determinado, e há tempo para todo o propósito debaixo do céu”. E detalha: “Há tempo de nascer e tempo de morrer; tempo de plantar e tempo de arrancar o que se plantou; tempo de matar e tempo de curar; tempo de derrubar e tempo de edificar” (Eclesiastes 3).
Para o PSDB da Paraíba, o tempo é de ouvir os aliados, não de decidir sobre alianças, pois ainda estamos a cinco meses das convenções que vão escolher os candidatos e a oito meses das eleições. E esse tempo fica ainda mais significativo se considerarmos a instabilidade política que reina no país e a crise econômica. Podem mudar tudo a qualquer hora.
Assim, o prefeito Luciano Cartaxo (PSD) e o deputado Manoel Júnior (PMDB) terão que esperar mais um pouco para saber se os tucanos, que depois dos mandatos de Cícero Lucena (1997-2005), amargaram três derrotas, vão lançar nome próprio em João Pessoa ou partir para uma aliança, apoiando um deles.
Um importante tucano antecipa que a decisão levará em conta a experiência de “ganhar mas não levar”, que tiveram com Ricardo Coutinho; a necessidade de fortalecer o PSDB para 2018, quando estará em disputa a vaga no Senado ocupada atualmente por Cássio Cunha Lima; e a regra de sobrevivência, que recomenda enfraquecer o principal adversário, para que não seja por ele esmagado (o PSB, é claro!).
O PSDB tem nomes testados nas urnas, como Cícero Lucena, sua esposa Lauremília (ex-vice-governadora), e o atual presidente estadual Ruy Carneiro, mas os dois primeiros descartam candidatura e o último ainda não se envolveu em eventos que caracterizem pré-campanha. Mas, como bem disse Magalhães Pinto, “política é como nuvem. Você olha e ela está de um jeito. Olha de novo e ela já mudou”.
Embora os tucanos não digam, está subentendido que a hora também não é a melhor para negociações: o prefeito está fortalecido pelas avaliações da gestão, que poderão ser impactadas pelo debate eleitoral;Ricardo Coutinho ainda não se dedica a João Azevedo, que por enquanto não ameaça ninguém; e nos próximos 30 dias as atenções estarão no troca-troca de partidos. Não tem porque ter pressa.
TORPEDO
Se o PMDB quer ter candidato em João Pessoa e em Campina Grande, vamos respeitar, mas eles também não podem exigir que a gente apoie eles da forma que eles querem.
Do presidente estadual Edvaldo Rosas, admitindo que o PSB pode lançar Adriano Galdino para prefeito de Campina.
Atitude
O PSB não vacilou e expulsou a prefeita Claudia Dias (Monte Horebe), acusada de fraudar licitações e presa pela Operação Andaime, da PF e MPF. “Ficha suja não tem espaço no partido”, disparou Edvaldo Rosas.
Discurso e prática
A decisão preserva a imagem do PSB, que se coloca como defensor de novos valores e novas práticas na política. Vai repercutir no evento de hoje, quando reunirá, em João Pessoa, 160 pré-candidatos a prefeito.
Jogo de cintura
De Cássio, sobre a posição do PSDB em João Pessoa: “Este momento é mais de ouvir do que de falar. É raro ter uma unanimidade agora, mas o que temos em mente é que o que deve prevalecer é o sentimento de maioria”.
Mais quatro
O paraibano Reginaldo Tavares vai continuar comandando a Unimed Norte/Nordeste. Foi reeleito para mais quatro anos, por aclamação, pelas 78 Unimeds filiadas. Uma vitória expressiva, que diz muito sobre sua gestão.
ZIGUE-ZAGUE
Mais um paraibano enfrenta disputa acirrada por liderança. Agora é a do PP, que foi para o 2° turno e está entre Aguinaldo Ribeiro e o baiano Cacá Leão.
O senador Delcídio do Amaral (PT), o que disse que influenciava até ministros do STF, foi solto. E vai voltar a dar expediente no Senado Federal.