Obesidade mórbida: existem exercícios físicos mais indicados?

Embora a população obesa no Brasil tenha aumentado nos últimos anos, há quem ainda tenha a ideia errônea de que praticar atividades físicas não seria algo indicado para reverter a situação. Mas especialistas da área de educação física reforçam que o exercício físico é uma ferramenta essencial no combate à doença. E um primeiro passo é comum para qualquer indivíduo: buscar uma atividade que o motive, que seja prazerosa e que possa ser contínua, inclusive para desfrutar os benefícios dela. Mas há práticas mais indicadas para obesos mórbidos?

 O Prof. Dr. Eric de Lucena, de Educação Física do Unipê, salienta que no caso de pessoas com obesidade mórbida é possível priorizar algumas atividades, dentre elas a musculação. “Ela irá possibilitar o fortalecimento articular e muscular de uma forma segura e totalmente controlável quanto aos parâmetros de volume, intensidade e execução dos movimentos durante os treinamentos”, assegura.

Esse fortalecimento é essencial, pois proporciona melhores condições físicas e estruturais para a prática de outros exercícios, como os aeróbicos (caminhada, dança, etc.). “Eles demandam uma maior força de reação articular gerada pela própria característica da modalidade, como também devido ao sobre peso corporal do praticante. Além disso, irá auxiliar no consumo de gordura corporal durante e após as sessões de treinamentos”, informa.

Nesse contexto, é importante ainda uma dieta adequada. Eric conta que nutricionistas e profissionais de Educação Física devem ofertar uma variedade de opções para que as pessoas se alimentem e treinem prazerosamente. Às vezes, um psicólogo para ajudar a mudar de hábitos de vida será necessário. O emagrecimento saudável não ocorre a curto prazo, daí para que essa mudança seja permanente, ela deve ser agradável, progressiva e não radical, para que as pessoas se mantenham na dieta e nos exercícios.

Prescrição de exercícios físicos

O profissional de educação física trabalha de forma multidisciplinar, comunicando-se constantemente com médicos, entre outros da área de saúde, para ter uma visão detalhada do seu aluno. Isso ajudará na prescrição do treinamento individualizado, respeitando as limitações da pessoa para atingir objetivos de maneira segura e eficaz.

Além disso, as avaliações físicas são indispensáveis, seja qual for o caso. “Sem ela, o profissional não terá como diagnosticar, planejar, periodizar, acompanhar e comparar as sessões de treinamento e sua evolução”, explica Eric. São necessários ainda os exames clínicos (hemograma, entre outros) pedidos pelo médico, que ainda pode prescrever exames complementares, dependendo do perfil da pessoa.

“Diante dos resultados desses exames, o profissional de educação física irá unir essas informações com as avaliações físicas (antropométrica/composição corporal: massa corporal, estatura, IMC, percentual de gordura, massa magra, massa gorda, massa muscular esquelética, perimetria dos membros superiores e inferiores, cintura, abdome, quadril, etc., e também algumas variáveis com força, VO2 máximo, flexibilidade/mobilidade, entre outras)  para elaborar as estratégias para atingir os objetivos e necessidades do praticante”, finaliza.