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Operação da Polícia Federal cumpre mandados de busca e apreensão em sede da Braiscompany

Empresa movimentou cerca de R$ 1,5 bilhão em criptoativos nos últimos 4 anos e agora enfrenta suspeitas de crimes contra o sistema financeiro e o mercado de capitais
Polícia Federal, Operação Halving, Braiscompany
Operação cumpre ordens judiciais na Braiscompany (Foto: Divulgação/Polícia Federal)

A Polícia Federal deflagrou, na manhã desta quinta-feira (16), a Operação Halving, que investiga crimes contra o sistema financeiro e contra o mercado de capitais, supostamente cometidos por sócios da Braiscompany, empresa especializada em criptoativos.

Mandados de busca e apreensão são cumpridos em João Pessoa, Campina Grande e São Paulo. A operação conta com apoio do Ministério Público Federal (MPF). A Justiça determinou sequestro de bens e suspensão parcial das atividades da empresa investigada.

Sem divulgar nomes, a Polícia Federal informou que dois alvos de mandados de prisão temporária são considerados foragidos. “Os mandados de prisão não lograram êxito no seu cumprimento. Não podemos divulgar os nomes dos alvos. São as diretivas do nosso órgão”, disse a Polícia Federal. No entanto, em uma das imagens da operação divulgadas pelo órgão, é possível observar um documento com a foto do empresário e CEO da Braiscompany, Antônio Inácio da Silva Neto, também conhecido como Antônio Neto Ais.

Operação apreendeu quantia em dinheiro e equipamentos eletrônicos (Foto: Divulgação/Polícia Federal)

O Portal Correio não conseguiu contato com representantes da Braiscompany. O espaço está aberto para divulgação da versão da empresa e o contato pode ser feito pelo e-mail [email protected].

Nas redes sociais, circula um áudio de Antônio Neto com orientações aos funcionários. Na mensagem, o empresário pede que os trabalhadores colaborem com as investigações. Ele diz que a situação é acompanhada pelo jurídico da Braiscompany e dá a entender que está em São Paulo. Antônio Neto não cita ordens de prisão no áudio e classifica a Operação Halving apenas como “mais um procedimento” da investigação. “Fiquem em paz, fiquem tranquilos”, diz o CEO da Braiscompany.

Olá, pessoal, muito bom dia. Fui acordado com ligações do meu jurídico e do segurança. Hoje está tendo uma operação de busca e apreensão na Braiscompany. Alguns de vocês podem ser chamados para depoimentos. Fiquem em paz e tranquilos. Se for chamado, vai, presta as informações. Eu e Fabrícia [esposa e sócia do empresário] já fomos chamados, já prestamos as informações necessárias, entregamos documentações necessárias. [Vocês] só precisam falar a verdade. [Falar] como trabalham. Se perguntarem quando começaram os atrasos, começaram em dezembro. Só a verdade. Fiquem tranquilos, o jurídico já está trabalhando, vamos saber quais documentações eles querem, as informações eles precisam e entregar o que eles pedem. Isso já aconteceu aqui em São Paulo também. Nós fizemos as entregas que eles pediram. [Esse] é mais um procedimento, fiquem em paz, fiquem tranquilos. Estou à disposição de qualquer um de vocês”, diz Antônio Neto.

De acordo com a Polícia Federal, nos últimos 4 anos foram movimentados valores equivalentes a aproximadamente R$ 1,5 bilhão em criptoativos, em contas vinculadas aos suspeitos.

Os crimes investigados na Operação Halving são previstos na lei que define os crimes contra o sistema financeiro nacional e suas penas, se somadas, ultrapassam 12 anos de reclusão, além do pagamento de multa.

O nome da operação é uma alusão ao aumento da dificuldade de mineração do bitcoin, que ocorre a cada 4 anos, período semelhante à ascensão e crise da empresa investigada.

A Braiscompany tem sede em Campina Grande e filiais em João Pessoa, Recife, Fortaleza e São Paulo.

Placas de vídeo apreendidas na sede da Braiscompany (Foto: Divulgação/Polícia Federal)
Operação Halving é realizada em conjunto com o MPF (Foto: Divulgação/Polícia Federal)
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