Trinta e quatro pessoas presas por fraude, 98 concursos identificados como fraudados e um relatório com mais de 800 páginas em seis meses de trabalho. Esse é o balanço feito pelo delegado Lucas Sá, responsável pela ‘Operação Gabarito’, que investiga um grupo suspeito de fraudar concursos públicos e vestibulares, nos estados da Paraíba, Pernambuco, Alagoas, Rio Grande do Norte, Sergipe e Piauí.
Segundo o delegado, a operação conseguiu prender o núcleo da organização criminosa, algo considerado raro. Além disso, 120 pessoas estão sendo investigadas suspeitas de envolvimento nas fraudes.
“A ‘Operação Gabarito’, desde o seu início, foi pensada para que se identificasse e desarticulasse a organização criminosa em si. Nas três primeiras fases foram 34 pessoas processadas e a quarta fase da operação, que está em andamento, com análise de mais de 15 mil arquivos digitais, chegamos a todo entendimento do modus operandi da organização criminosa para saber como eles fraudavam exames médicos, como eles compravam diplomas para garantir aprovação dos seus clientes”, disse o delegado.
Investigação deverá ser Federal
Na quarta-feira (8), o promotor de Justiça Arlan Costa, do Ministério Público da Paraíba (MPPB), solicitou que a Justiça Federal assuma as investigações da ‘Operação Gabarito’.
O MPPB informou que o promotor pediu declínio da competência de investigação com base em uma súmula do Superior Tribunal de Justiça (STJ).
“O promotor se baseia na súmula 122 do STJ que diz que quando uma investigação apurar crimes conexos, que no caso são concursos estaduais e federais, a competência de investigar é da Justiça Federal”, informou a assessoria do MPPB.