Circo armado, plateia formada e o ex-presidente da República Luis Inácio ‘Lula’ da Silva, no meio. Traidor ou salvador da Pátria. Os próximos capítulos dessa novela dirão. “Eu estou indignado com o julgamento antecipado”, desabafou o ex-presidente Lula, ao deixar a Polícia Federal e conceder coletiva no Diretório do PT, em Brasília, visivelmente irritado, de dedo em riste, e com direito a batidas na mesa. Não estou defendendo Lula, porque ninguém chega a esse patamar de denúncias sendo um santo, mas me parece que alguns ainda não entenderam o que o jogo político está fazendo com o País. Bastou a “medida coercitiva” ser cumprida nas primeiras horas da manhã para a Bolsa de Valores subir, dólar baixar, economia andar. Como assim, produção? De uma hora para outra.
Não se enganem, são nesses momentos de crise que surgem as oportunidades. Oportunidades essas transformadas em palanque, como o que aconteceu durante todo o dia de ontem, para a oposição e para o próprio Lula. Resumindo, se as acusações contra o petista não forem sólidas o suficiente, o efeito pode ser contrário e acabar por fazer ressurgir um fenômeno que já estava ‘morto’. O Lula da coletiva ontem se transformou no Lula que passou anos tentando chegar ao poder. Estratégia? Claro. Tirou o terno e vestiu uma camisa que lembrava um operário. Elevou o tom de voz segurando o microfone como se estivesse em cima de um caminhão no pátio de uma fábrica. E aí, o povo como fica? Com a corda no pescoço, do mesmo jeito.
Coincidência?
Pode até não ter sido coincidência, mas a troca do ministro do Justiça, e a possibilidade de troca também do Diretor Geral da Polícia Federal, podem ter colaborado para ‘acelerar’ a batida na casa do ex-presidente Lula e o mandato coercitivo para que o mesmo fosse depor.
Questionamento 1
A nota do Instituto Lula contesta justamente essa coincidência: “Nada justifica um mandado de condução coercitiva contra um ex-presidente que colabora com a Justiça, espontaneamente ou sempre que convidado”.
Questionamento 2
“Dezenas de testemunhas foram ouvidas sobre estes fatos alegados pela Força tarefa, em depoimentos previamente marcados”, complementa a nota.
Questionamento 3
E mais: “Por que o ex-presidente Lula foi submetido ao constrangimento da condução coercitiva?”. Bom, existem questões política e operacional. Saber qual das duas prevaleceu, é difícil.
Equívoco
O jornalista Adelson Barbosa cometeu equívoco ao não inserir o PPS na lista de partidos que elegerão veredores na Capital. Ele pede desculpas ao partido
Plenária adiada
A plenária do Fórum Orçamento da comarca de Patos, que seria na próxima segunda-feira, foi adiada para o próximo dia 31 de março em virtude da solenidade de posse do desembargador José Aurélio da Cruz e da desembargadora Maria das Graças Morais Guedes, como presidente e vice-presidente do TRE-PB.
Emissário 1
O prefeito Luciano Cartaxo teria enviado emissário para procurar o vereador Raoni Mendes. Comenta-se que o secretário de Comunicação da PMJP, Marcos Vinicius, teria sido esse emissário.
Emissário 2
O secretário estaria querendo convencer Raoni, opositor ferrenho a Cartaxo, a retornar a base governista e apoiar o projeto do PSD. Raoni já foi, eu disse foi, aliado…
Mas, como?
Acontece que o PTB acabou de lançar o nome do deputado Wilson Filho como pré-candidato a prefeito da Capital e Raoni coordenará a campanha. Se o convite existiu, não vai vingar. Ou vai?
Novo livro
O professor Iedo Fontes lança, dia 10, o livro ‘Ruptura ou Continuidade nos Governos de Fernando Henrique Cardoso e de Lula’. Será às 19h na UFPB.