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Pandemia muda rotina de fiscalização contra arboviroses em JP

Em virtude dos protocolos de isolamento social vigentes para prevenção e combate ao novo coronavírus, causador da Covid-19, a rotina de fiscalização contra arboviroses (doenças como dengue, zika e chikungunya, transmitidas por insetos) tem sofrido mudanças na Capital. É o que revela o gerente de Vigilância Ambiental e Zoonoses da Prefeitura de João Pessoa, Nilton Guedes.

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“A pandemia está interferindo a partir do momento que as visitas de rotina estão suspensas. Em compensação, há uma maior participação das pessoas. Diminuir os deslocamentos consequentemente reduz os descartáveis nas ruas, há maior controle dos resíduos nas residências”, afirma Guedes.

O gerente diz que, mesmo com as limitações impostas pela situação atual, a população não está desassistida e pode fazer denúncias quando perceber que há, por exemplo, o acúmulo de água parada em algum local, quadro que pode proporcionar a proliferação de mosquitos transmissores de doenças. Ele alerta que o ‘Disk Dengue’ (3214-5718) segue funcionando diariamente das 8h às 17hs.

“Agentes de Saúde recebem as ligações e orientam para que as pessoas possam sanar problemas e, quando há necessidade da presença dos profissionais, estes são deslocados em veículos utilizando equipamentos de proteção individual”, explica o gerente.

Denúncias

Nilton Guedes ressalta que as fiscalizações continuam ocorrendo, inclusive em imóveis fechados. Conforme detalha, a Vigilância Ambiental procura autorizar as visitas com os proprietários, que podem também ter a iniciativa de fazer agendamento por telefone (3218-9357).

Quanto às casas fechadas denunciadas, o gerente conta que o órgão pode também conseguir com vizinhos, corretores de imóveis e construtoras as chaves e acesso aos imóveis, também mediante autorização dos proprietários.

“Nas visitas, realizamos inspeção de todo espaço, orientações ao proprietário e, quando necessário, eliminação mecânica de criadouros e aplicação de larvicida. Em áreas cuja rede de assistência de saúde detectou casos da doença, nossa equipe vai até o local da residência para uma nova inspeção e aplicação de inseticida de forma espacial (uso do ‘fumacê’)”, indica Nilton Guedes.

O Portal Correio recebeu uma denúncia referente a uma situação ocorrida no bairro de Manaíra, na Zona Leste de João Pessoa. Um vizinho de casas que passam por serviço de demolição, que preferiu não se identificar, relatou acúmulo de água parada nesses locais, além de outras situações constatadas pela vizinhança diante desse problema.

“Um construtor adquiriu pelo menos duas casas para construir um edifício. Com as últimas chuvas, percebemos que a piscina de uma das casas estava acumulado água parada e sem tratamento. Alertamos o proprietário, que compareceu duas vezes ao local, sendo a primeira para esgotar a água acumulada e, na segunda, ele estourou o ralo da piscina, impedindo que ela continue enchendo. Sendo que, a partir de então, percebemos que as obras ficaram paradas, em situação de abandono, e a água voltou a se acumular em locais como lajes e telhas”, conta o denunciante, que revela que a demolição havia começado há cerca de seis meses, mas não foi concluída.

“Falamos com a Vigilância Sanitária, que compareceu ao local, mas o problema ainda não foi resolvido. Já o proprietário disse que não iria fazer mais nada e aparenta ter desistido da construção do edifício e abandonado o local”, se queixa o vizinho, que conta que a quantidade de mosquitos aumentou significativamente no local nos últimos tempos. Além disso, uma condômina do prédio em que mora tem apresentado sintomas de chikungunya.

O Portal Correio tentou falar com o proprietário da obra, mas não foi possível contato até a publicação desta matéria. Caso queira se pronunciar, ele pode entrar em contato através do e-mail [email protected].

Dados epidemiológicos

Segundo números divulgados pela Secretaria de Estado da Saúde, no Boletim Epidemiológico de número 4, publicado no dia 24 de abril de 2020, neste ano, até a 15ª Semana Epidemiológica, foram registrados na Paraíba 1.626 casos prováveis de dengue. Referentes à chikungunya foram notificados 159 casos prováveis. Para a doença aguda pelo vírus Zika foram notificados 31 casos prováveis.

No mesmo período, houve seis registros de óbitos suspeitos por arboviroses no estado. No ano de 2019 foram confirmados nove casos de mortes por dengue, três por zika e uma por chikungunya.

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