Começa nesta segunda-feira (14) a Campanha Nacional de Coleta de DNA de Familiares de Pessoas Desaparecidas. A iniciativa é do Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP) e, na Paraíba, tem apoio do Ministério Público. De acordo com o órgão, o estado acumula cerca de 400 cadáveres sem identificação no Instituto de Polícia Científica (IPC). Mais de 1.300 pessoas desapareceram na Paraíba nos últimos 14 anos, conforme dados da Polícia Civil. O MPPB acredita que alguns dos desaparecidos poderiam estar estar entre os mortos, mas a falta de perfis genéticos dificulta a identificação.
A campanha do Ministério da Justiça e Segurança Pública quer incentivar os familiares de pessoas desaparecidas a comparecerem aos locais indicados para a coleta de material genético. Os dados vão compor o Banco Nacional de Perfis Genéticos. “Ainda que a pessoa desaparecida tenha falecido em outro estado e seja um cadáver não reclamado inserido no banco, será possível o confronto com o DNA”, explica a promotora de Justiça Elaine Cristina Pereira Alencar.
Na Paraíba, a coleta deve ser feita em uma das cinco unidades do Núcleo de Medicina e Odontologia Legal (Numol), localizadas em João Pessoa, Campina Grande, Guarabira, Patos e Cajazeiras. A promotora Elaine Alencar reforça que os parentes podem comparecer ao Numol dentro do horário comercial. Dúvidas sobre o serviço podem ser solucionadas pelo telefone 3216-9650.
“A princípio, não há necessidade de agendamento prévio para a coleta, mas por força das medidas de distanciamento social por causa da pandemia de Covid-19, recomendamos que seja feita a marcação”, orienta a promotora Elaine Alencar.
O Banco Nacional de Perfis Genéticos possui, atualmente, 6 mil registros de cadáveres aguardando confronto com DNA de familiares. O sistema faz, diariamente, o processamento das informações.
“Uma vez lançado o perfil no banco, fica em processamento contínuo fazendo o cruzamento das informações. Quando há compatibilidade, o familiar será avisado pela autoridade. Se não houver compatibilização, a busca continua até o perfil ser excluído por dar match no sistema ou pela pessoa desaparecida ter sido localizada”, complementa a promotora Elaine Alencar.
Todos os materiais genéticos coletados pelo Banco Nacional serão destinados exclusivamente fins de comparação entre cadáveres e familiares de desaparecidos.
Quem pode doar o DNA?
Familiares de primeiro grau de pessoas desaparecidas. Seguindo a ordem de preferência: pai e mãe; filho(a) e pai/mãe do filho; irmãos. No caso de irmãos, quantos forem possíveis.
Como é feita a coleta?
A coleta é feita com um swab (cotonete) que é passado no interior da bochecha, de forma indolor.
Que documentos levar no dia da coleta?
É preciso levar documento de identificação com foto da pessoa que vai fazer a coleta. Além disso, os familiares devem encaminhar, sempre que disponível, dois materiais de referência direta da pessoa desaparecida (objeto de uso único e pessoal da vítima), como escovas de dente, aparelho de barbear, aliança, óculos, amostra de cordão umbilical ou dente que se tenha guardado.
Como saber se o familiar foi encontrado?
Caso seja identificado um vínculo genético, os peritos vão fazer um laudo e notificar o delegado de polícia e o IML. Eles entrarão em contato com sua família informando a identificação. No caso de cadáveres, o IML entregará o corpo e fará a declaração de óbito.
Onde fazer a coleta na Paraíba?