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Paraíba registra taxa média recorde de desemprego em 2020

Segundo IBGE, piores resultados são puxados pelos trabalhadores informais que perderam ocupação
Emprego
Foto: Divulgação/Secom-JP

A taxa média de desocupação na Paraíba foi recorde em 2020, passando de 11,6% em 2019, para 14,6% no último ano, segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD C), divulgada nesta quarta-feira (10), pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

A alta foi acompanhada por um avanço na média nacional, de 11,9% para 13,5%, que também registrou o maior percentual da série histórica, iniciada em 2012, assim como outras 19 unidades da federação. Nessa comparação, o número médio de pessoas desocupadas no estado teve um crescimento de 16,8% frente a 2019 e passou de 195 mil para 227 mil.

Por outro lado, com uma média de 1,3 milhão de pessoas trabalhando, o nível de ocupação foi o mais baixo de todos os anos da série. O levantamento aponta que, em 2020, menos da metade da população paraibana em idade de trabalhar estava ocupada, cerca de 40,9%. O indicador ficou abaixo das médias do país (49,4%) e da região (41,3%).

A taxa de informalidade também recuou e passou de 53,1%, em 2019, para 48,6%, no último ano. A proporção de trabalhadores informais no total de ocupados na Paraíba é maior que a brasileira (38,7%), mas menor que a nordestina (51,1%).

Todos esses indicadores apresentaram queda em comparação ao ano anterior. Os informais são os trabalhadores sem carteira, trabalhadores domésticos sem carteira, empregador sem CNPJ, conta própria sem CNPJ e trabalhador familiar auxiliar.

“A queda da informalidade não está relacionada a mais trabalhadores formais no mercado. Está relacionada ao fato de trabalhadores informais terem perdido sua ocupação ao longo do ano. Com menos trabalhadores informais na composição de ocupados, a taxa de informalidade diminui”, explicou a analista da pesquisa, Adriana Beringuy, lembrando que informais foram os primeiros atingidos pelos efeitos da pandemia.

Em relação ao rendimento médio de todos os trabalhos, efetivo, o paraibano foi de R$ 1.895. Embora esse tenha sido o 9º menor valor do país, foi o 2º maior da região, atrás apenas do constatado no Rio Grande do Norte, de R$ 1.985.

Nível de ocupação cresce no 4º trimestre

Na análise trimestral, o nível de ocupação no 4º trimestre (41,5%), com 1,3 milhão de pessoas ocupadas, cresceu 3,5 pontos percentuais (p.p.) em relação à proporção que havia sido observada no 3º trimestre (38%). Apesar disso, se comparado ao mesmo período de 2019, o indicador registrou retração de 4,2 p.p., representando também a menor taxa para o mesmo período dos demais anos, desde o início da série histórica em 2002.

Nos últimos três meses do ano, a taxa de desocupação foi de 15,1% e, embora tenha permanecido estatisticamente estável frente ao trimestre anterior (16,8%), foi maior que a verificada no mesmo intervalo de tempo em 2019 (12,1%), sendo ainda a maior taxa para o mesmo período dos demais anos da série histórica. O número de desocupados, por sua vez, foi de 241 mil.

Por sua vez, a taxa de informalidade paraibana foi de 48,8%, no 4º trimestre de 2020, a 10ª maior do país, mas a 3ª menor do Nordeste, superior apenas às verificadas nos estados de Alagoas (43,7%) e do Rio Grande do Norte (45,6%).

No setor privado, o número de empregados com carteira de trabalho assinada foi de 286 mil, apontando para uma redução de 54 mil pessoas no contingente, cerca de 15,9%, diante do mesmo período do ano anterior.

Já entre aqueles que não tinham carteira assinada, a queda foi ainda maior, de 28,4%, que representam 64 mil pessoas a menos empregadas dessa forma, de modo que o total chegou a 162 mil. Contudo, em ambos os casos, não houve variação estatisticamente significativa diante dos resultados constatados no 3º trimestre de 2020.

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