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Pelo Brasil

O leite derramou. Está escorrendo no chão da nação.

E a última coisa que devemos fazer – diante desse cenário de terra quase arrasada que a crise política nos imputou – é nos debruçar sobre o laticínio que verteu, questionando a justeza desse derramamento.

O tempo, senhor da razão, restituirá a verdade. E fará um dia justiça (ou não) aos protagonistas desse enredo político tão intricado.

Temos, porém, tarefa mais urgente a realizar.

A prioridade, agora, não é projetar a história. É lidar com as demandas do presente. E elas são enormes!

Temos, aqui e agora, diante de nós, nada mais nada menos do que a dantesca missão de reconstruir um País.

Restituir os empregos, reabrir as empresas, controlar a inflação, ajustar os gastos públicos para que a carga tributária (que já consome 35% das riquezas produzidas no País) não continue a nos impor uma economia com anemia crônica.

Delfin Netto, com seu profundo conhecimento da cena Brasil, defende que na economia, como na vida, o tempo não é reversível: o desastre está feito. Pode ser desfeito (o que levará tempo). Mas não pode ser não feito.

Se os votos dos 367 congressistas não tiveram a grandeza política ou intelectual que a República precisa e merece, têm – inquestionavelmente – a legitimidade da representação de aproximadamente 50 milhões de brasileiros.

Representando o povo, consumaram o fato. Instituíram a mudança inapelável.

Alguns – claro – haverão de se rebelar.

Mas estarão pensando em si. Nos seus agrupamentos políticos. Nunca no País.

Pois quem pensa e quer o melhor para o Brasil sabe que o mais producente a fazer é apoiar a mudança, criando as condições necessárias para o despertar desse gigante adormecido pela incompetência, corrupção, má gestão e tantas outras práticas pouco republicanas.

E o governo que chega terá que reunir condições de injetar ânimo novo no organismo Brasil. Especialmente porque vem vitaminado por praticamente todas as forças políticas do País – condição absolutamente indispensável em um sistema presidencialista de coalizão como o nosso.

Com capital político, e transitando por onde transita, o novo governo tem, ainda, que ter condições de apresentar ao País nossos melhores quadros – nomes que melhorarão os humores e rumores do mercado e apresentarão soluções para nossas pautas mais agudas, entre as quais figura o histórico desajuste fiscal.

Essa é a minha torcida. Essa é a minha pauta – única condição para a solução do problema, que passa necessariamente pelo restabelecimento da confiança da sociedade no seu governo.

Ignorar o fato consumado – ou se rebelar contra ele – é vestir a camisa do adversário.

Meu time – e, felizmente, de milhões de brasileiros – é o Brasil. Independente de sua escalação política.

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