Pendenga

A eleição municipal de 2012 em Campina Grande está sendo muito citada como exemplo do que pode ocorrer na disputa entre Ricardo Coutinho (PSB) e o senador Vital do Rêgo (PMDB), pelo PT, cujo tempo de propaganda eleitoral gratuita pode viabilizar uma boa campanha.

Em Campina, a deputada Daniella Ribeiro (PP) recebeu o apoio do PT, que por decisão da maioria rompeu com o prefeito Veneziano Vital do Rêgo. O então presidente do PT municipal, Alexandre Almeida, aliado do PMDB, lançou candidatura própria, enfrentou a Nacional na Justiça e foi vitorioso. A candidata a prefeita perdeu não apenas o tempo de propaganda, mas também o vice. O impacto prejudicou seu desempenho e ela, que começou liderando as pesquisas, não chegou ao 2º turno.

A principal diferença que os juristas apontam, agora, é que o PT aprovou Resolução que subordina todas as decisões estaduais aos interesses nacionais, sendo a aliança da Paraíba com o PSB, posterior. Citam vasta jurisprudência sobre o poder dos partidos para fazer valer suas estratégias, inclusive uma do TSE, que há poucos dias confirmou veto da Nacional à aliança do PT com o PSB no Distrito Federal.

Os dirigentes do PT da Paraíba não aceitam recuar e avisam que vão usar de todos os recursos para manter a aliança com o governador Ricardo Coutinho, com quem o petista Lucélio Cartaxo já foi para as ruas para pedir votos para senador, apoiado pelos principais dirigentes do partido.

Independente de quem ganhe no final, a insegurança durante o processo causará danos. Se Vital do Rêgo perder, só não contará com o tempo de propaganda do PT. Já Ricardo perderá também o candidato a Senador, que terá que apresentar em sua propaganda impressa. E esse problema com certeza vai desviar parte de suas energia do adversário que no momento mais ameaça sua reeleição, que é o tucano Cássio Cunha Lima.

O caminho mais fácil seria o político, mas o tempo para essa solução passou. Agora, PT, PSB e PMDB terão que torcer por pronunciamento célere do TRE, porque esse caso só deve terminar no TSE.