Diante das informações sobre as questões tratadas pelos convidados de almoço na casa do presidente da Câmara, Rodrigo Maia, lembrei da fábula de Jean de La Fontaine sobre os ratos que se reuniram para definir uma estratégia para enfrentar o gato.
Na história, decidiram que deveriam colocar um quizo no inimigo, pois sempre saberiam onde estava. Passaram a questão seguinte: quem iria prender o sino no pescoço do gato. Foi quando descobriram que falar é fácil, fazer é para quem tem conhecimento e coragem.
Parece que coragem não vai faltar aos nossos congressistas, acuados pela delação da Odebrecht (2ª lista de Janot) e pela decisão da Segunda Turma do STF, para quem a origem do dinheiro define se a doação foi legal ou não; que propina registrada pode ser enquadrada como corrupção e lavagem de dinheiro, assim como Caixa 2.
No almoço promovido por Rodrigo Maia, dois temas se destacaram: a descriminalização das doações e uma minirreforma eleitoral que garanta o financiamento da campanha eleitoral de 2018, que precisa ser aprovada até setembro.
Quem estava lá? Além de vários deputados, o presidente do Senado, Eunício de Oliveira, o líder do PMDB, Renan Calheiros, o presidente do PSDB, Aécio Neves, José Agripino (DEM), o deputado-ministro Antonio Imbassahy (Secretaria de Governo), o ministro Moreira Franco (Secretaria-Geral da Presidência), o ministro do Tribunal de Contas da União Bruno Dantas e o presidente do TSE, ministro Gilmar Mendes, que tem data declarações defendendo a visão dos políticos de que Caixa 2 pode não ser propina.
Pelo que já revelaram participantes do almoço, a estratégia continua sendo usar as 10 medidas de combate a corrupção do MPF. Quando chegar ao Senado, após conferência das assinaturas no projeto de iniciativa popular, será apresentado um substitutivo que na prática significará anistia para Caixa 2.
Quanto a minirreforma, os congressistas foram alertados da impossibilidade de financiamento público para campanhas nos moldes atuais, em razão do alto custo. Um fundo específico só seria viável com adoção de lista fechada de candidatos por partidos, o que significaria o fim das coligações. Para vencer resistências, priorizaria os com mandatos.
Já decidiram o que fazer, mas não será fácil por guizo nos brasileiros.
TORPEDO
“Para evitar prejuízo à administração e considerado o objetivo deste projeto, os recursos orçados para a aquisição de veículos de uso de representação serão destinados às áreas de segurança, saúde e educação.”
De Pedro Cunha Lima, autor de projeto que veda carros públicos para parlamentares, magistrados, membros do MPF, TCU, AGU e Defensoria.
Perto do povo
Muitos prometeram, o presidente Marcos Vinicius garante que sairá do papel ainda neste mês. A “Câmara Itinerante” realizará sessões nos bairros e a TV do Legislativo mostrará problemas e dará voz aos cidadãos.
Homenagem
Será chamada de Dr. Lindbergh Farias a UPA em construção nos Bancários. A homenagem não é ao senador do PT, mas ao seu pai, que foi médico respeitado e muito querido na cidade. A mensagem já está na Câmara.
Lula e Dilma
Ricardo Coutinho confirmou que acompanhará os ex-presidentes Lula e Dilma na visita que farão, dia 19, ao canal da transposição. Os governadores Wellington Dias (PI) e Camilo Santana (CE) também irão.
Quem fez
A César o que é de César: o ex-secretário Ronaldo Gadelha esclarece que os macro canais do Bessa são obras de Chico Franca. A gestão de Cícero Lucena executou os micro canais, outra etapa do projeto de drenagem do bairro.