Para aproveitar o valor nutricional do pinhão como alimento funcional e sem glúten, a Embrapa Florestas (PR) desenvolveu dois tipos de farinha que podem ser utilizadas em diversas preparações alimentares como bolos, massas e pães. Feitos com pinhão cozido e pinhão cozido e seco, os novos produtos apresentam alto valor nutricional e são isentos de glúten, o que os torna uma excelente alternativa para dietas de pessoas que sofrem de doença celíaca.
A pesquisadora da Embrapa Cristiane Helm ressalta que o mercado para celíacos ou pessoas com dieta restrita ao glúten é crescente e aposta no diferencial da farinha de pinhão nesse nicho. “É um produto que proporciona uma boa aeração da massa, deixando pães, massas e bolos com sabor mais agradável, além de proporcionar um alto valor nutricional aos consumidores”, informa.
As duas farinhas possuem formas diferentes de preparo, processamento e indicação culinária, mas ambas podem ser utilizadas como ingrediente em receitas ou simplesmente misturadas na alimentação.
A farinha de pinhão cozido e seco tem uma vida-de-prateleira maior, já que a água livre é removida por secagem e atende à legislação para farinhas, que determina o limite máximo para o teor de umidade em 12%.
Uma pesquisa de mestrado desenvolvida pela aluna Monica Ikeda, em Engenharia de Alimentos pela Universidade Federal do Paraná (UFPR), e co-orientada pela pesquisadora Rossana Catie Bueno de Godoy, da Embrapa Florestas, analisou mesclas entre farinha de arroz, tradicionalmente utilizada para produtos sem glúten, e farinha de pinhão para o preparo de uma pré-mistura para bolo.
A intenção foi estabelecer um produto com propriedades estruturais, sensoriais e valores nutricionais voltados à dieta restrita ao glúten. Além da aceitação do sabor, a pesquisa concluiu que a farinha de pinhão atribui melhor textura e menor perecibilidade nos produtos finais, além de reduzir o aspecto “farelento” e abatumado, alvos frequentes de reclamação dos consumidores. Bolos preparados com maiores teores de farinha de pinhão também apresentam o dobro do teor de fibras alimentares.
Além de não conter glúten, o pinhão tem altos teores de proteínas de elevado valor biológico, pois contém todos os aminoácidos essenciais – que não são sintetizados pelo organismo humano – fibras alimentares e amido. Por isso, seu potencial como alimento funcional tem atraído o interesse de pesquisadores e consumidores.
O pinhão é um produto com baixo teor lipídico e seu sabor não altera produtos doces ou salgados, o que pode estimular a produção de barras de cereais tanto doces quanto salgadas. Análises sensoriais com produtos extrusados (chips), desenvolvidos pela Embrapa Agroindústria de Alimentos (RJ), já estão sendo realizadas, com a possibilidade de compor alimentos menos calóricos e mais saudáveis.
“Nossas pesquisas apontam que o pinhão tem uma concentração de 3% de amido resistente, o que pode auxiliar na redução da glicemia”, atesta Cristiane Helm. “Por ser rico em fibras, seu consumo pode ajudar a prevenir doenças intestinais, além de ter baixo índice glicêmico e compostos antioxidantes”, completa.
A caracterização nutricional da semente mostra ainda a presença de ácidos graxos linoleico (ômega 6) e oleico (ômega 9), que contribuem para a redução do colesterol do sangue, ajudando na prevenção de doenças cardiovasculares. “No caso do amido resistente”, explica Helm, “sua concentração de 3% no pinhão indica que pode ajudar na redução da glicemia”.
A pesquisadora Cristiane Helm conta que a farinha já comprovou seus excelentes resultados nos testes realizados. O produto encontra-se, agora, apto para produção em escala. “Acreditamos que pode ser de interesse de agroindústrias produzir e comercializar os dois tipos de farinha. Por isso, estamos em busca de parcerias para que, em breve, elas estejam disponíveis ao mercado consumidor”, anuncia.
Boa noite, aguardando com muita ansiedade, minha irmã Celíaca e eu por consumir muito glúten, tenho picos de Celíaca também , e faço dietas porém nao fico sem pães mesmo sem glúten, mas tenho impressão que com essa inovação com pinhão….será muito gostoso.
A onde eu posso comprar essa farinha
Que excelente notícia, sou mãe de celíaca e gostaria muito de testar essa farinha. Espero que logo esteja nos mercados.