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Pesquisadores criam pó da folha do juá para produzir fitoterápicos

Pesquisadores da Universidade Federal da Paraíba (UFPB) desenvolveram pó da folha de juazeiro, mais conhecido como juá, planta típica do Semiárido brasileiro, para produção de fitoterápicos e itens de higiene. Segundo os pesquisadores, o juá tem propriedades adstringentes, antimicrobianas, diuréticas, cardiotônicas, anti-inflamatórias e analgésicas.

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Na forma de extrato, feito com água, o pó pode ser usado para o tratamento de gastrite, gripe, febre, contusões, má digestão e ferimentos. “Ele pode ser utilizado também para a fabricação de um shampoo anticaspa”, acrescenta Eudezia Mangueira, uma das responsáveis pelo produto.

A secagem e obtenção do pó é uma forma de conservação. “Assim, pode ser armazenado e usado por muito mais tempo, mantendo suas propriedades. Normalmente, as indústrias preferem trabalhar como o produto em pó, do que in natura, justamente pela facilidade e tempo de conservação”, explica Eudezia Mangueira.

A equipe dos criadores da patente é formada ainda pelas pesquisadoras Ananda Muniz e Ana Carolina Leite, sob supervisão dos professores de Engenharia Química da UFPB Josilene Cavalcante e Nagel Costa, mais a colaboração do engenheiro químico Marcos Morais.

“Nosso intento era fazer uma caracterização dos parâmetros que influenciavam o processo de secagem em camada de espuma das folhas do juazeiro. Então surgiu a ideia do pedido de patente, para que, futuramente, nós pudéssemos usar o pó da folha do juá, que foi produzido em laboratório, para alguma finalidade a ser decidida”.

De acordo com Eudezia Mangueira, o juá foi escolhido por ser um produto regional e que poderia ser facilmente encontrado. “Inclusive, as folhas usadas para o estudo foram adquiridas de uma árvore de juazeiro encontrada na Centro de Tecnologia da UFPB, no campus I, em João Pessoa, perto do Laboratório de Termodinâmica, onde a pesquisa foi desenvolvida”.

Para obter o pó das folhas do juá, foi usado um processo de secagem em camada de espuma, por meio do qual as folhas são processadas e transformadas em um suco. Em seguida, o suco foi mexido em uma batedeira, sem adição de nenhum outro produto, até que formasse uma espuma estável.

Foram feitos testes com dois e seis minutos de batedeira. Em seguida, a espuma foi colocada em uma bandeja e levada para uma estufa, até ser completamente seca e, assim, obter o produto em pó.

“Na ocasião, foram realizados outros testes de caracterização da espuma, como densidade, percentual de expansão, estabilidade, incorporação de ar. A professora Josilene Cavalcante já faz um trabalho de secagem em camada de espuma com outros produtos. Estamos aguardando as patentes serem aprovadas pelo Instituto Nacional da Propriedade Industrial (Inpi)”.

O processo de secagem em camada de espuma é um processo relativamente rápido, barato e feito a baixas temperaturas, entre 50 e 70 graus, o que ajuda na conservação das propriedades dos produtos.

“É uma grande vantagem porque não queremos só o pó, desejamos um produto que mantenha suas propriedades iniciais o máximo possível e isso foi conseguido”, comemora Eudezia Mangueira.

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