O paraibano Petrúcio Ferreira foi a principal atração do último dia do atletismo no Open Internacional Loterias Caixa, em São Paulo (SP). O velocista de 20 anos cravou a melhor performance dos superdesafios que compuseram a programação deste sábado (28) no Centro de Treinamento Paralímpico Brasileiro. A edição 2018 do Open chega ao fim ainda neste sábado, com a sessão da noite da natação.
Quatrocentos atletas, dos quais 226 do atletismo e 174 da natação, participaram do Open Internacional Loterias Caixa. Ao todo, 13 países estão representados: África do Sul, Argentina, Brasil, Chile, Cuba, Equador, El Salvador, Gana, Israel, México, Peru, Portugal e Turquia. As disputas da natação fazem parte da World Series, circuito organizado pelo Comitê Paralímpico Internacional (IPC, em inglês), assim como o atletismo faz parte do Grand Prix, também do IPC.
Petrúcio venceu o superdesafio dos 100m com o tempo de 10s66, que lhe rendeu o Índice Técnico Competitivo (ITC) de 100,281% – o melhor do dia. O ITC foi o cálculo utilizado para determinar os vencedores das provas compostas por atletas com diferentes deficiências. Atleta da classe T47 (amputado de braço), ele foi seguido por Vincius Rodrigues (T63 – amputados de perna), que registrou 12s14 (99,588%). Completou o pódio Joeferson Marinho, que cravou 12s08, equivalente a um ITC de 98,357%.
A presença tanto de Petrúcio quanto de Joeferson no pódio ressalta o bom momento do estado da Paraíba em provas de velocidade. Ambos são discípulos de Pedro Almeida, o Pedrinho, técnico que tem extensa carreira com atletas velocistas. O bom desempenho motivou o Comitê Paralímpico Brasileiro a desenvolver um projeto para detecção de talentos no estado, que já colhe os primeiros frutos.
“Eu não gostei do meu resultado, apesar de o tempo ter sido muito bom. Tinha na minha cabeça melhorar a minha marca (10s53) e infelizmente isso acabou me atrapalhando um pouco e eu fiz muita força na corrida. Mas vou voltar a trabalhar duro para acertar esta corrida mais para frente, pois tenho outros compromissos este ano, como os Grand Prixs de Paris e Berlim”, disse Petrúcio.
Outro velocista da classe T47 também destacou-se. Na final B dos 100m, Washington Júnior tornou-se o terceiro brasileiro desta classe a correr a prova abaixo de 11s, ao lado de Yohansson Nascimento e Petrúcio. Ele cruzou a linha de chegada em 10s94 e está agora apenas atrás de Petrúcio no ranking mundial desta temporada.
O atletismo no Open Internacional foi marcado por uma série de quebra de recordes. André Rocha obteve o principal resultado, com o recorde mundial do arremesso de peso F53. Outros sete recordes continentais foram quebrados, além de seis novas performances brasileiras terem sido estabelecidas.