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PM mantém 500 policiais no Parque do Povo e culpa empresa por morte de vendedor

O coronel Almeida Martins, responsável pelo Comando de Policiamento Regional (CPR1), na Região Metropolitana de Campina Grande, disse nesta segunda-feira (19) que o incidente que provocou a morte do vendedor Davidson Barbosa, de 30 anos, no Parque do Povo, poderia ter sido evitada, caso a empresa organizadora do ‘Maior São João do Mundo’ tivesse adotado medidas preventivas, como por exemplo, a instalação de catracas para controlar a entrada do público no evento. Comente no fim da matéria.

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O coronel Almeida disse ao Portal Correio que já vinha fazendo esse alerta antes do início do evento. Ele lembrou que o local onde acontecem os shows das atrações principais só comporta 21 mil pessoas, mas esse limite não vem sendo respeitado. “No show de Wesley Safadão, por exemplo, tínhamos por baixo um público em torno de 35 a 40 mil pessoas”, afirmou.

Para o coronel, além da instalação das catracas na entrada que dá acesso ao Parque do Povo, a empresa organizadora deveria investir mais em seguranças particulares e em pessoal qualificado para fazer as revistas. “A polícia não tem competência de estar controlando a entrada do público; o nosso papel vem sendo feito de forma ostensiva, com um efetivo que varia entre 450 e 500 homens a cada noite do evento”, declarou.

A Aliança Comunicação e Cultura, empresa que administra a festa, e a Prefeitura Municipal de Campina Grande informaram em nota que lamentam profundamente a ocorrência registrada no Parque do Povo e se solidarizam com a família da vítima.

A empresa disse que as imagens de câmeras do local já foram repassadas para as autoridades que continuarão a fazer as diligências.

“Vale ressaltar que durante os festejos juninos, até 2 de julho, continuaremos dando todo suporte às polícias Militar e Civil com monitoramento eletrônico por câmeras, revistas individuais em todas as entradas do Parque do Povo, feitas com detectores de metais, mais o apoio de 150 homens espelhados pela área. Não pouparemos esforços para que este São João continue sendo um dos mais tranquilos dos últimos anos, segundo as próprias autoridades”, disse a empresa, em nota.

Sobre as colocações da Polícia Militar, a Aliança divulgou uma nota na qual rebate as colocações do coronel e responsabiliza o Estado por assuntos relacionados à segurança pública. Leia abaixo, na íntegra.

1. Como está estabelecido na Constituição Federal, no seu artigo 144, o trabalho de vigilância ostensiva é obrigação do Governo do Estado, por meio da Polícia Militar, inclusive no que tange à revista.

2. A empresa gestora do evento, juntamente com a Prefeitura de Campina, está dando todo o suporte às autoridades policiais a fim de que as polícias (Militar e Civil) possam executar da melhor maneira possível suas obrigações constitucionais. Nesse sentido, foram disponibilizadas para as autoridades mais de cem câmeras em um moderno Centro de Monitoramento e o reforço na contratação de 160 homens de segurança privada. Além do mais, os organizadores sempre se colocaram à disposição para participar integralmente das reuniões convocadas pelo Ministério Público de avaliação e aprimoramento de resultados no setor.

3. As revistas nas entradas do Parque do Povo são um auxilio que está sendo oferecido ao evento pela empresa organizadora, e não por uma obrigação legal, uma vez que a polícia não disponibilizou pessoal para tal função, que é o seu dever. Mais uma vez vale registrar que a responsabilidade de promover a segurança pública é exclusivamente do governo do Estado da Paraíba.

4. A Prefeitura, num investimento superior a R$ 300 mil, está viabilizando a instalação de iluminação pública em LED em toda a área adjacente do Parque do Povo. Além de uma iniciativa adicional do Programa Ilumina Campina, a ação demonstra o permanente compromisso do Município em dar sua contribuição ao setor de Segurança Pública, sem que seja preciso se apelar para discursos oportunistas ou alarmistas.

5. Fazer abordagens de cunho claramente políticos num momento de dor e comoção, sob o manto da institucionalidade, é não apenas reprovável como inaceitável para quem se coloca como autoridade policial. Expor limitações logísticas e fragilidades operacionais da própria tropa é dar uma senha à violência e à criminalidade.

6. É profundamente lamentável que uma autoridade policial declare ter encontrado, há alguns dias, falhas no acesso e não as tenha comunicado aos organizadores do evento para as devidas providências. Ao contrário, tenha preferido alardeá-las somente após um grave incidente.

7. Dentro de seu papel e atribuições, a Aliança e a Prefeitura de Campina Grande manterão à disposição de aprimorar ainda mais a contribuição para a segurança pública. E espera que, no lugar de tentar transferir responsabilidades, o militar deixe de lado o engajamento político e mantenha o foco no próprio dever.

A Polícia Civil em Campina Grande informou à TV Correio que está analisando imagens das câmeras de segurança do Parque do Povo para chegar aos suspeitos. Até a publicação desta matéria, o crime ainda era investigado.

*Atualizada para incluir a nota da Aliança sobre as colocações do coronel da PM.

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