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PMCG admite contaminação em água e médica associa fato a malformações fetais

A Prefeitura de Campina Grande realizou nesta quarta-feira (30), uma entrevista coletiva à imprensa para apresentar as medidas que serão adotadas após a divulgação de análises da qualidade da água no município. De acordo com pesquisas encomendadas pela Secretaria Municipal de Saúde, parte das amostras de água coletada em torneiras, poços, carros-pipas, cisternas e mananciais apresentaram compostos tóxicos que seriam impróprios para o consumo humano. No encontro, a neurocirurgiã Alba Jean de Medeiros Batista disse que percebeu um padrão muito agressivo de malformações em natimortos necropsiados e, segundo ela, os problemas poderiam ter relação com o consumo de água contaminada.

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Os dados preliminares do estudo foram apresentados durante audiência pública realizada nessa terça (29) na Assembleia Legislativa, em João Pessoa.

Entre as medidas anunciadas nesta quarta, a secretária municipal de saúde, Luzia Pinto, informou que a pasta irá procurar os órgãos responsáveis à elaboração de campanhas para esclarecer como a população poderá tratar a água nas residências para consumo humano. A secretária comunicou também que já convocou todos os hospitais que realizam hemodiálise na cidade para monitorar, de forma mais contundente, os cuidados com a água utilizada no tratamento dos pacientes.

“Tão logo recebermos os documentos de forma oficial dos institutos que realizaram as análises, vamos encaminhar os resultados à Cagepa, Aesa – Agência Executiva de Gestão das Águas da Paraíba, ANA – Agência Nacional de Águas, governo do Paraíba e Ministério Público. Desde já nos colocamos à disposição de todas as instituições para trabalhar em conjunto, garantindo a segurança em saúde dos campinenses”, assegurou a secretária.

Outra medida anunciada foi a suspensão da captação de água do poço artesiano do Hospital Municipal Pedro I. O poço da unidade foi um dos pontos de coleta de amostra de água da pesquisa e que também apresentaram resultado insatisfatório. “O poço do Pedro I foi perfurado pelo Exército Brasileiro, no entanto, a água era utilizada apenas em descargas, para lavar pisos e a rouparia do hospital. Por recomendação dos pesquisadores, vamos suspender o uso da água do poço até que as pesquisas sejam concluídas”, garantiu.

Pesquisa

As análises da água de Campina Grande e região foram solicitadas pela Secretaria Municipal de Saúde ao Instituto Butantan e à Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) em setembro deste ano. A necessidade surgiu a partir de uma pesquisa da médica Alba Batista, diretora do Hospital Pedro I, que também integra a equipe de pesquisas sobre a síndrome congênita do zika vírus.

“Em seis, destas oito necropsias feitas no hospital, não identificamos a presença do zika vírus, que provoca alterações neurológicas como a microcefalia e outras malformações. Foi então que percebi que estes achados poderiam ter relação com o consumo de água contaminada. A partir daí, iniciamos o estudo com a parceria do Ipesq – Instituto de Pesquisa Professor Joaquim Amorim Neto, a UFRJ e o Butantan”, explicou.

No entanto, a médica esclareceu que as pesquisas são preliminares e que, por isso, não é possível afirmar que exista qualquer relação entre os novos achados de malformações e a qualidade da água. “O Butantan fez testes com peixes e os resultados mostraram que, em contato com a água coletada em Campina Grande e nos mananciais da região, os ovos não se desenvolveram com malformações incompatíveis com a vida. A próxima etapa da pesquisa será o estudo com camundongos”, concluiu.

Gevisa orienta população sobre consumo de água de carro-pipa

A Gerência de Vigilância Sanitária de Campina Grande (Gevisa-CG) está realizando uma campanha de orientação à população sobre consumo de água de carros-pipa. Com o racionamento, as pessoas estão comprando água diretamente aos donos de caminhões-pipa e o objetivo é assegurar que as pessoas comprem água de qualidade a pipeiros que atendam a todos os critérios para o fornecimento.

De acordo com a Gevisa, os consumidores precisam verificar se o tanque possui o selo visível de inspeção da Vigilância Sanitária, observar se o caminhão-pipa recebeu uma autorização de transporte de água potável e se esta autorização está em dia, analisar as condições externas do tanque quanto a ferrugem e amassados. Também é necessário que o carro possua a frase “Água potável” em algum local do tanque. Os consumidores devem atentar também se as mangueiras estão velhas e danificadas e solicitar do condutor que informe a procedência, origem, local ou fonte da água captada.

Ao perceber alteração de cor ou qualquer tipo de cheiro e gosto na água, o consumidor deve suspender o fornecimento e ligar urgentemente para o setor de denúncias da Gevisa, pelo telefone 3310-6178, informando a placa do caminhão. “O consumidor precisa participar do processo de controle da qualidade da água”, disse a coordenadora do órgão, Betânia Araújo.

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