A recente pesquisa do Instituto Paraná Pesquisas acendeu um alerta no Palácio do Planalto. O levantamento revelou que, se as eleições presidenciais fossem hoje, Jair Bolsonaro venceria Luiz Inácio Lula da Silva em um eventual segundo turno. Além disso, pela primeira vez, Michelle Bolsonaro apareceu numericamente à frente do petista, reforçando o crescimento da direita no país e expondo a fragilidade do governo.
Os números não são meras estatísticas: são um reflexo do desgaste que Lula vem enfrentando ao insistir em um modelo de governança que não funciona. Seu terceiro mandato tem sido marcado por uma tentativa de reviver a política dos anos 2000, sem levar em conta as mudanças no Brasil e no mundo. A economia já não cresce a taxas expressivas como no passado, a população está mais crítica e conectada, e as velhas fórmulas populistas não surtem o mesmo efeito.
O presidente também se encontra dependente do Centrão, bloco político que ele próprio condenava no passado. A necessidade de garantir governabilidade fez com que Lula cedesse cargos e bilionárias emendas parlamentares. Essa aliança pragmática não só limita sua autonomia, mas também enfraquece sua imagem, fazendo com que ele pareça apenas mais um político refém do sistema que prometeu mudar.
O governo tem cometido erros estratégicos que corroem sua popularidade. A estagnação econômica, alta dos alimentos e combustíveis e a inflação, ainda que menores que em outros períodos, continuam impactando diretamente o bolso dos brasileiros.
Além disso, Lula insiste em pautas que não ressoam com a maioria da população. Seu discurso frequentemente prioriza questões secundárias, enquanto o brasileiro médio quer respostas para problemas práticos, como emprego, segurança e custo de vida. Essa desconexão tem sido explorada habilmente pela oposição, que mantém sua base mobilizada e engajada nas redes sociais.
Se quiser chegar competitivo a 2026, Lula precisa urgentemente recalcular sua rota. O primeiro passo é abandonar a nostalgia dos anos 2000 e adaptar sua gestão à realidade atual. Isso significa focar em medidas que tragam impacto direto à população, como políticas econômicas mais pragmáticas, investimentos em infraestrutura e uma resposta eficaz à crise da segurança pública.
Além disso, o governo precisa melhorar sua comunicação. Hoje, a narrativa bolsonarista domina o debate nas redes sociais, enquanto a gestão Lula tem dificuldades em engajar sua base. É necessário uma estratégia mais eficiente para dialogar com a população e rebater ataques da oposição, sem cair no erro de falar apenas para a militância.
Lula ainda tem tempo para reverter o desgaste, mas o relógio está correndo. Se não recalcular a rota e adotar uma postura mais eficiente e conectada com os anseios da sociedade, o petista corre o risco de ver sua popularidade derreter ainda mais e facilitar o retorno da direita ao poder em 2026.