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‘Antes de ser policiais, somos cidadãos’, diz policial em ação social

A Polícia Civil da Paraíba, em Campina Grande, realizou na manhã desta quarta-feira (19), na Central de Polícia do município, uma ação social natalina que já está na terceira edição e visa a interação de crianças de comunidades carentes com a polícia e o esporte.

“A ideia é fazer com que haja uma quebra de paradigma, que a polícia só usa força, só prende, só vai pra um enfrentamento, e na verdade não é isso, antes de sermos policiais nós somos cidadãos e antes de ser um cidadão, a grosso modo, nós já fomos crianças.” Relatou um dos policias responsável pelas atividades, Júlio César Cruz, da Delegacia de Entorpecentes.

O evento reuniu aproximadamente 110 crianças, que foram levadas por pais, voluntários e professores de projetos esportivos de comunidades. No local ocorreram apresentações, brincadeiras, distribuição de presentes e a Central também dispôs uma cama elástica para a diversão.

“Nós trouxemos uma equipe de karatê e uma equipe de judô para mostrar para as crianças também que o esporte é um veículo de interação para a criança no meio social, para que a criminalidade não recrute as crianças no futuro”, continuou Júlio.

Ainda conforme o policial, o percentual de crianças no mundo do crime é muito grande e o trabalho é voltado pra fazer com que essas crianças tenham foco na família, no esporte, na escola e possam ter ‘um norte na vida’, para que possam ser cidadãos de bem.

A ideia, ainda de acordo com ele, partiu de uma necessidade. “A gente lida muito no combate no tráfico de drogas e nós observamos um número crescente de jovens e adolescentes que já fazem parte do tráfico em nossa cidade, então sentimos essa necessidade.”

Ao Portal Correio, a delegada a frente da Delegacia Repressão a Crimes Contra a Infância e Juventude, Alba Tânia, ainda falou sobre a importância do evento. “Embora tenhamos a escola e a família, que sempre orientam as crianças em termos de quais são os direitos e deveres das crianças, infelizmente ainda temos famílias e a própria sociedade que ainda violam esses direitos, então é bom que tanto as crianças quanto a própria família sejam orientadas”.

Abuso e denúncias

Em relação a casos de abuso sexual, principalmente quando a criança ainda tem pouca idade, a delegada orienta que as crianças procurem um parente em que tenham mais confiança ou que procure a escola, já que normalmente funciona. Mas enfatizou que a atenção e participação dos adultos é fundamental.

“Às vezes os vizinhos escutam os gritos das crianças quando estão sendo violadas, o ideal é denunciar ao 197 no mesmo momento. Dependendo da violação, se for muito grave, a criança pode ser levada para um abrigo, ou para uma família substituta ou extensiva, e muitas vezes não há necessidade de ter essa retirada, porque muitas vezes o agressor já estará preso”, concluiu.

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