A Polícia Federal deflagrou na manhã desta quinta-feira (16) a Operação Salus em Campina Grande. A ação policial investiga suspeitas de fraudes à licitação, superfaturamento de produtos e desvio de verbas públicas ocorridos na Secretaria de Saúde de Campina Grande. Os crimes teriam sido cometidos no final do ano de 2020, durante a pandemia de COVID-19.
Foram cumpridos dois mandados de busca e apreensão. Um deles no apartamento do empresário que teria fornecido os produtos superfaturados e outro na residência do ex-secretário municipal de saúde, Felipe Reul.
Segundo as investigações, houve superfaturamento médio de 111% na aquisição de gêneros alimentícios não perecíveis pela prefeitura municipal, sendo que alguns itens chegaram a ser reajustados em até 299%. O prejuízo causado aos cofres públicos estimado ultrapassou os 340 mil reais.
Ainda segundo a PF, Reul teria assinado contrato para aquisição desses gêneros alimentícios no valor de aproximadamente R$ 800.000,00. Após isso, depois de 60 dias, ele assinou um termo aditivo reajustando os valores do contrato para mais de R$ 1.650.000,00. No entanto, neste período a inflação oficial não passou da casa dos 2%.
Há indícios ainda de que a empresa investigada seja apenas de fachada, tendo em vista que no endereço constante em seu cadastro foi encontrado apenas um imóvel inacabado e abandonado.
Além disso, a justiça determinou a quebra do sigilo telefônico dos investigados, bem como o bloqueio de contas e sequestro de bens no valor de R$ 340.286,77. Ninguém foi preso até o momento.
A palavra latina salus, que dá nome à operação, designava o atributo principal dos inteiros dos intactos e dos íntegros, tendo dado origem à palavra “saúde” na língua portuguesa.