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Pol?tica

“Envolver-se na política é uma obrigação para um cristão. Nós, cristãos, não podemos fazer como Pilatos e lavar as mãos. Temos que nos meter na política. Porque a política é uma das formas mais altas de caridade. Porque busca o bem comum.

Os leigos cristãos devem trabalhar na política. A política está muito suja, mas eu pergunto: está suja por que? Por que os cristãos não se meteram nela com espírito evangélico? É a pergunta que eu faço.

É fácil dizer que a culpa é dos outros… mas eu, o que faço? Isto é um dever. Trabalhar pelo bem comum é um dever do cristão.”

A pregação do Papa Francisco (disponível no Portal Correio) encontra os brasileiros em um momento decisivo de nossa vida republicana.

E – verdade seja dita e assumida – muitos de nós mimetizamos o gesto de Pilatos. Lavamos as mãos, esperando enxaguar junto a sujeira que move a política brasileira pós abertura democrática.

Neste domingo de eleição, porém, é importante não perder de foco a pregação do sábio Papa. Pois a política – e sua missão essencial de promoção do bem comum – não se circunscreve apenas ao dever cristão; é inerente a vida.

Todos nós, mesmo aqueles que sequer detêm um titulo eleitoral, é um agente político. E têm, portanto, que cooperar na construção de uma política alvejada e mais próxima de sua essência.

Mas como se faz isso?

Não é, tenho certeza, mirando apenas na disputa de cargos públicos.

Esse entendimento se cristalizou em mim há quatro anos quando decidi – por livre e espontânea vontade – me despedir da carreira política, iniciando e encerrando no mandato de senador a experiência de exercer um cargo legislativo.

Nem por isso, porém, deixei de agir politicamente – quer seja como eleitor, com o direito facultado de escolher nossos representantes; quer seja influenciando politicamente, de forma direta e indireta, no meu dia a dia como cidadão.

E estes exercícios me prepararam para entender que ir à urna, e interagir com o aparato da corrida eleitoral que antecede o momento do voto, não encerra de maneira alguma nossa atividade política.

A luta pela equidade entre os poderes (evitando que prosperem as distorções em curso), por instituições mais sólidas e democráticas e por organismos de controle e fiscalização – independentes e altivos – extrapola o momento eleitoral.

É crucial estar presente no dia a dia das novas gestões que elegemos neste domingo.

Pois hoje é apenas o começo dos próximos quatro anos. E, como disse Francisco, é nosso dever fazer com que, neste quadriênio que construímos neste 26 de outubro, prospere uma política que vise o bem comum.

Sejamos menos Pilatos e mais cristãos.

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