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Por que pessoas grávidas não podem tomar ibuprofeno?

Médica ginecologista professora do Unipê explica os riscos do uso desse medicamento

Ao longo da gestação, a grávida pode sentir diversos tipos de dores (algias), desde as cólicas, dores nas costas (lombalgia), portanto ainda, pontadas tanto no abdome como em outras partes do corpo. Com isso, o uso de medicamentos pode ser necessário, dependendo da saúde da gestante e conforme indicação médica. O paracetamol é um exemplo. Contudo, o ibuprofeno, que é bastante conhecido pela população brasileira, é contraindicado durante a gravidez.

“Estudos do jornal acadêmico Human Reproduction, da Oxford Academic, mostram que o uso do ibuprofeno pode interferir quando ingerido no primeiro trimestre no desenvolvimento ovariano do bebê de sexo feminino, comprometendo no futuro sua fertilidade”, conta a médica ginecologista e obstetra Etiene Galvão.

“Não só o ibuprofeno, mas a maioria dos anti-inflamatórios não hormonais (o paracetamol é analgésico e antipirético) pode acarretar uma série de efeitos para o feto, principalmente até as 24 semanas, ou seja, seis meses”, completa.

Outras pesquisas ligam o uso do ibuprofeno a problemas em fetos do sexo masculino. Um desses estudos foi coordenado pelo Instituto Nacional de Saúde e Pesquisa Médica da França (INSERM), que aponta o potencial de malformação genital e reprodutivo do feto a partir do primeiro trimestre.

“O ibuprofeno suprime a produção de diferentes hormônios testiculares, incluindo a testosterona, que controla os caracteres sexuais primários e secundários e a descida testicular”, explica Etiene, que também é professora do curso de Medicina do Unipê.

Além desses é possível que ocorra outros efeitos adversos, como: I) aborto espontâneo e II) vasoconstricção do duto arterioso fetal, podendo levar a uma hipertensão arterial pulmonar e até inibir a agregação plaquetária, o que afeta o processo de coagulação do feto.

Entre os possíveis sinais e sintomas de que algo está errado, estão: sangramento vaginal, náuseas e vômitos em excesso, febre alta, corrimento e prurido vulvovaginal, dor ou queimação ao urinar, edema de membros inferiores, cefaleia constante e doenças crônicas. Para quem recorre a analgésicos, é preciso suspendê-los e consultar um médico para substituição. Outros medicamentos requerem avaliação para saber se pode ou não tomar na gravidez.

O que tomar e cuidados necessários

Caso o paracetamol não seja viável para a gestante, é possível administrar a dipirona sódica. “Se for absolutamente necessário, o ácido acetilsalicílico em pequenas doses ainda poderá ser recomendado. Além do uso de substâncias isotônicas, frutas vermelhas, abacate, cúrcuma, leguminosas etc.”, diz Etiene, frisando a necessidade de consulta ginecológica.

A dica, então, é conversar com o médico para que ele indique medicamentos adequados durante a gestação, além de ter uma dieta balanceada que traga bastantes nutrientes. “E não esquecer o uso do metilfolato desde o período pré-concepcional, até as 12 semanas de gestação (terceiro mês), além de alguns suplementos vitamínicos também são indicados”, pontua.

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