“A gente pode até não receber um centavo, mas eu estou feliz”. A declaração é de Síria Araújo, mãe de duas pessoas que teriam sido lesadas pela Fiji Solutions. A empresa de criptomoedas é alvo da Operação Ilha da Fantasia, deflagrada nesta quinta-feira (15) pela Polícia Federal.
À Rede Correio Sat, Síria Araújo comemorou a ação policial e disse a angústia de investidores da Fiji se arrasta por meses. Ela falou que a empresa enganou e ameaçou os investidores.
“Eu estou feliz da vida por se fazer justiça. Os meus filhos e todo mundo que tinha investimentos na empresa estão há quatro meses sem dormir, sem pagar as contas, sofrendo e aguentando humilhações de um povo que só mentiu e ameaçou”, disse Síria Araújo.
Além da Fiji Solutions, a empresa Softbank também é alvo da Operação Ilha da Fantasia. O Portal Correio não conseguiu contato com representantes das empresas.
De acordo com a Polícia Federal, os investigados captaram recursos de clientes, prometendo pagamento de remuneração expressiva. Os investidores, no entanto, não receberam os valores, conforme as denúncias.
Autoridades estimam que, nos últimos três anos, Fiji Solutions e Softbank tenham movimentado aproximadamente R$ 600 milhões.
Nessa quarta-feira (14), um dos sócios da Fiji Solutions, Bueno Aires José Soares Souza, foi preso no Rio de Janeiro, pelo crime de abuso sexual infantil.
O delegado João Ricardo, da Delegacia de Crimes Cibernéticos, disse que policiais seguiram o empresário de Recife-PE até o Rio.
“Ele possuía imagens de crianças e adolescentes em cenas de sexo explícito no celular. Alguns arquivos revelam que a produção ocorreu no próprio dispositivo. Se não foi ele que praticou esse crime, ele sabe quem praticou. Por isso, nós representamos pela prisão temporária”, contou.
A defesa de Bueno Aires ainda não se manifestou sobre o caso.