Neste Dia Internacional da Mulher, as histórias remontam importantes avanços para a nossa memória social, como as lutas de mulheres por melhores condições de vida e trabalho. Entre elas, a greve “Pão e Paz” feita por mais de 90 mil mulheres russas do setor de tecelagem no dia 8 de março de 1917, durante a Primeira Guerra Mundial, marca a data com a reivindicação por ajuda dos operários da metalurgia.
Oficializado pela Organização das Nações Unidas (ONU) em 1975, o dia celebra conquistas políticas, sociais e econômicas das mulheres, lembrando aspectos da desigualdade e discriminação de gênero que precisamos superar. E foi pensando nisso que a Profa. Ma. Mirella Braga, do curso Direito do Unipê, indica uma obra para que passemos a entender mais sobre a luta das mulheres. Confira:
“Eu gostaria de falar para vocês acerca da importância da leitura, sobretudo da leitura sobre mulheres e do impacto que as leituras causam em nossa construção cotidiana.
Desde muito cedo, minha mãe e meu pai me introduziram à leitura através das histórias em quadrinhos, livros infantis e contos que mostrassem o valor do feminino, da justiça social e do que hoje adotamos como termo ‘empoderamento’; o despertar pela leitura ainda na infância me fez muito mais forte. São momentos que lembro com nitidez e que foram cruciais em minha trajetória (e são!). Lembro que ganhei concursos de redação no colégio e que todo aquele ‘mundo encantado’ me auxiliava cada vez mais a romper barreiras cotidianas impostas a nós mulheres.
Hoje eu tenho oportunidade de indicar uma leitura, numa data tão simbólica para nós mulheres, e que nos auxilia, enquanto sociedade, a desconstruir o pensamento do lugar da mulher como ser frágil em sociedade, são questões profundas e necessárias ao nosso debate, que o livro indicado – Mulheres, raça e classe – da Angela Davis nos mostra.
A obra é fruto de uma narrativa sobre o sistema opressor, sobretudo sobre as mulheres negras, decorrente das relações de poder na construção do cenário capitalista. Ele nos fala sobre poder, sobre relações humanas e sobre o feminino. Angela aborda um panorama histórico desde o processo de escravidão para nos comprovar como, apesar da abolição da escravatura, ainda falta muito para sermos uma sociedade igualitária e que devemos diariamente lutar pela equidade dos distintos grupos em nossa sociedade.
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E você, já fez sua leitura da semana? Do dia? Do mês? Vamos praticar o hábito da leitura?”
Mirella Braga é graduada em História e em Direito, especialista em Direitos Humanos, mestra em Ciências das Religiões e em Antropologia. Atualmente, faz doutorado em Antropologia.