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Profissão criada por internautas garante renda extra e carreira sem risco de demissão

Com a taxa de desemprego maior que 11% no Brasil , as pessoas estão buscando maneiras de obter renda extra e que as deixem livre do risco de demissões. Com a ajuda da internet, cada vez mais presente na vida das pessoas, uma nova carreira foi criada, a de ‘digital influencer’ ou ‘influenciador digital’ em português. A pessoa que a executa nada mais é que uma formadora de opiniões que utiliza a visibilidade que tem nas redes sociais para publicidades e campanhas remuneradas junto às empresas.

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O que seria a profissão dos sonhos para muitos, exige além de tempo, muita criatividade. Na Paraíba, algumas blogueiras de moda se destacam nacionalmente nessa nova atuação através de dicas em seus perfis sociais. Uma delas é publicitária Rafaela Galvão.

Rafala Galvão: Início e dificuldades

Tudo começou quando Rafaela decidiu criar um blog junto com a melhor amiga. A repercussão foi tão grande que ambas recebera várias propostas de lojas para parcerias, nas quais bastava divulgar no site os produtos das empresas e elas ganhariam com isso, seja por remuneração ou por permuta (quando o pagamento é com produtos ou serviços). Depois de algum tempo, Rafaela seguiu sozinha no blog, expandindo também para redes sociais como Instagram, Facebook, YouTube e Snapchat as dicas diárias. Hoje, ela vive o que considerava um sonho. Segundo a blogueira, foi uma “brincadeira que deu certo”.

De acordo com Rafaela, esta tem sido a principal fonte de renda. “Na verdade, desde o segundo ano do blog, eu já tenho um rendimento muito bom com os trabalhos que faço. Vou casar no fim deste ano e a minha principal fonte de renda é o blog. E olhe que eu sou ‘peixe pequeno’; as maiores blogueiras do país faturam em média R$ 300 mil por mês”, comentou.

Para ser um digital influencer não é necessário nenhum documento específico. Fica a critério do profissional abrir ou não uma empresa com a ideia criada. No caso da blogueira, ela decidiu abrir uma empresa (o blog) e obter o CNPJ para facilitar no alcance de algumas metas.

Uma das dificuldades de ser um influenciador na rede é a ‘prostituição de mercado’, afirma Rafaela. “As pessoas banalizaram demais o nosso trabalho. Existem profissionais sérios, de respeito, mas existem muitos que ‘fazem por fazer’ e acabam sujando a imagem dos que levam a sério esse tipo de ocupação. No início, sofri um pouco com isso por ser muito nova [ela começou aos 16] e as pessoas não me levavam muito a sério”.

Entre outras queixas citadas pelos influenciadores digitais é o de que algumas empresas criticam os valores cobrados por eles sem saber que hoje uma das maiores maneiras de divulgação de produtos são através de blogueiros e personagens famosos da internet.

Renan da Resenha

Não é apenas o ramo da moda que precisa de influenciadores na internet. Uma prova disso é o canal de Renan Andrade, mais conhecido como ‘Renan da Resenha’, que utiliza do humor para conquistar público através de vídeos no YouTube. Para ele, era apenas uma brincadeira, até que um amigo, que também era digital influencer, o estimulou a abrir um canal na plataforma, que o fez ser, atualmente, um dos maiores canais entre paraibanos, com mais de 77,6 mil inscritos.

Diferente da blogueira Rafaela, o Youtuber demorou um pouco para ter rendimentos com o seu canal, mas hoje afirma que dá para viver apenas disso.

A temática dos conteúdos criados no canal de Renan é basicamente o voltada ao humor nordestino. “Eu sempre procurei atingir o público mostrando coisas do dia a dia. Convivência com os amigos, com família, namorada etc. Então até para fazer publicidade eu só faço se o produto tiver alguma identificação com o canal. Prezo muito pelo o que meus seguidores estão vendo. Eles entendem que é meu trabalho também e sempre apoiam”. Além disso, ele também ressaltou os desafios desse meio. “Estou muito feliz e encarando tudo com muita naturalidade e pé no chão! Meu grande desafio é procurar estar perto de boas pessoas. Não precisei derrubar ninguém para crescer, apesar de algumas pessoas já terem tentado me prejudicar”.

Com a fama nas redes sociais, Renan também faz apresentações de stand up em bares e em casas de shows por todo o Nordeste.

Jéssica Dantas e a beleza feminina

Diferentes dos dois exemplos citados é Jéssica Dantas, uma baiana que nunca pensou em virar uma digital influencer, mas se tornou por indicar aos seguidores o que usava e recomendava. Hoje ela tem essa maneira de publicidade virtual como profissão, além dos rendimentos pagos por algumas redes sociais. A temática do blog é beleza feminina, com dicas para o mundo feminino, desde aplicativos para smartphones à maquiagem. Só no Youtube, ela conta com mais de 312,5 mil inscritos. 

Para Jéssica, ser criativo e buscar inovar são pontos importantes para quem se interessa por essa profissão. “Ser criativo e buscar seu diferencial, sabendo qual será seu nicho. Saber qual conteúdo a pessoa realmente domina e tem amor em falar sobre. Estudar sobre a rede social que quer trabalhar e ver como melhorar seu trabalho”.

Orientações para não cair no amadorismo

A coordenadora do Curso de Publicidade e do CST de Marketing da Faculdade Internacional da Paraíba (FPB), Fla Luna Camboim, falou um pouco sobre essa tendência entre pessoas populares na internet. “Esta é uma função antiga, porém repaginada pelas redes sociais digitais; os teóricos da comunicação já tratavam da figura do líder de opinião desde a década de 50. Como cantou Dominguinhos, ‘repare, a multidão precisa de alguém mais alto a lhe guiar’, nunca foi diferente disso. Entendemos que o princípio é basicamente o mesmo, modificando-se apenas a plataforma” comentou.

Para a especialista em publicidade digital, as celebridades da televisão dividem o poder de influência com internautas que se destacam e são seguidos por milhares de pessoas, visto que dedica-se mais tempo à internet do que à TV. “Muitos dos influenciadores digitais têm formação ou interesse nas áreas de Comunicação (Publicidade, Jornalismo, Mídias Digitais) ou cursos afins. Eles desenvolvem a função de um influenciador a partir de habilidades na escrita ou no audiovisual, por exemplo, e escolhem um assunto com que tenham afinidade para abordar nos blogs, vlogs, snaps, Instagram, oferecendo um conteúdo customizado para seguidores e, consequentemente, para as marcas que irão promover-se a partir deste conteúdo”.

Fla ainda deu algumas dicas para quem quer entrar nessa área. “O digital influencer precisa, no mínimo, de um smartphone e uma boa internet para estar conectado em todas as mídias digitais. Contudo, é essencial que se tenha consciência do poder que há na comunicação e da responsabilidade ao transmitir informações e opiniões sobre qualquer assunto, afinal a geração 3Cs (Curtir, Compartilhar e Comentar) não costuma refletir muito sobre o que está compartilhando. Existem cursos rápidos sobre produção de conteúdo para web, sobre métrica e monitoramento para medir o engajamento do público e alcance das publicações, mas o ideal é uma formação na área de Comunicação, preferencialmente em cursos que trazem uma matriz curricular atualizada em relação a esta nova configuração consolidada pelas redes sociais digitais”. Finalizou

Como o investimento é muito baixo em relação a outros modelos de negócio, possa ser que seja uma saída para a crise. Porém a concorrência é alta e a necessidade de atualização constante é ainda maior. É possível ganhar dinheiro rápido porque tudo na internet é quase instantâneo, mas é preciso encontrar um diferencial claro entre todos os outros influenciadores. Ainda existe certa resistência por parte das empresas mais tradicionais em trabalharem com esse novo formato de mídia; muitas acham que é só enviar presentes e sua marca será divulgada, porém é importante desenvolver um eficiente planejamento de mídia digital para que todos saiam ganhando.

Para o social media e escritor brasiliense Ailton Mesquita, quando alguém é influente ou tem muitos amigos, isso ajuda muito a impulsionar os projetos que se tem, ajuda a chegar a pessoas que podem dar mais visibilidade. Sem dedicação o conteúdo acaba ficando velho ou caindo na mesmice. Para ser digital influencer, formador de opinião mesmo, precisa de dedicação, o que vai muito além de apenas ser popular. É entender o seu público, fazer coisa nova e enxergar um pouco mais adiante.

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