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Projeto prevê visita de animais a pacientes em JP e CRM critica

Tramita na Câmara Municipal de João Pessoa um projeto de Lei que permite a visita de animais de estimação a pacientes internados em hospitais públicos da cidade. A proposta não especifica quais bichos de estimação estariam autorizados a entrar nas casas de saúde, mas de acordo com o vereador Bispo José Luiz (PRB), possibilita o ingresso de cães, gatos e outros animais de pequeno porte. O Conselho Regional de Medicina (CRM), no entanto, entende que o projeto é um perigo potencial à saúde dos pacientes.

Autor do projeto, o vereador Bispo José Luiz disse ao Portal Correio ter se inspirado em uma proposta similar apresentada na Câmara Municipal de São Paulo. Ele falou que a presença desses animais nos hospitais traz um benefício enorme e ajuda na recuperação dos seus donos.

Segundo o parlamentar, para ter acesso às casas de saúde os animais devem estar sadios e vermifugados. “As normas, como duração e dias de visita, serão estabelecidas pelos hospitais. Se o animal estiver vacinado, não oferece risco aos pacientes”, defendeu.

CRM vê riscos

O diretor do departamento de fiscalização do CRM, João Alberto, considerou a proposta um “verdadeiro absurdo”. Segundo ele, a presença de animais nos hospitais pode desencadear uma série de infecções e perturbar o sossego dos pacientes. “Animal tem pelo, pulga e carrapato e isso é muito perigoso, além de tirar o sossego das pessoas que estão internadas. Cachorro late, morde, enfim, considero a proposta descabida e um absurdo”, criticou.

João Alberto lembrou que o controle de prevenção a infecções não permite, por exemplo, que as enfermeiras usem maquiagem ou deixem de usar toucas. “Como é que não se permite que uma enfermeira fique sem touca, e passam a permitir que cães e gatos circulem nos hospitais?”, questionou.

População opina

O estudante Alexandre de Sousa disse não ver problema, mas acredita que deve existir uma fiscalização rigorosa para evitar problemas para os pacientes. “Desde que bem tratado, acho que o animal não representa nenhum problema para os pacientes”, afirmou.

Já a comerciante Sílvia Fidelis, considerou a proposta inoportuna. Ela lembrou que muitas pessoas são alérgicas a pelo de animais, por exemplo, e a presença de bichos de estimação pode representar problemas a pessoas que estão internas. “Eu mesmo não queria um cachorro no hospital, porque ele até podia me arranhar, sem falar que o animal pode urinar e defecar no ambiente. Acho que essa proposta não é legal e não deveria ser aprovada”, comentou.

O projeto foi protocolado na última semana na Câmara da Capital e vai tramitar nas comissões até chegar ao plenário para votação.

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