Um projeto comandado pelo especialista em tecnologia Márcio Andrey Teixeira, membro do IEEE (Instituto de Engenheiros Elétricos e Eletrônicos, maior organização profissional técnica do mundo dedicada ao avanço da tecnologia para a humanidade) e professor do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de São Paulo (IFSP), utiliza inteligência artificial (IA) para ajudar no combate à dengue.
O modelo desenvolvido reúne dados atualizados sobre os casos de dengue na cidade de Catanduva, no interior paulista, e os organiza em um mapa interativo. A ferramenta será acessada por meio de um aplicativo que, além de informar a população, permitirá que os moradores denunciem focos do mosquito transmissor que ainda não foram identificados.
Utilizando IA, o sistema também analisa o histórico de casos da cidade e prontuários clínicos de uma unidade de saúde escolhida como piloto. O objetivo é prever o nível de gravidade da doença e recomendar intervenções precoces da equipe médica, com base em padrões detectados nos dados.
Para garantir a segurança do sistema, a equipe segue protocolos internacionais e conta com apoio técnico dos pesquisadores da Universidade Tecnológica do Texas, utilizando tecnologias como IA federativa e IA explicável. Isso assegura que os dados sejam tratados com responsabilidade e que as recomendações estejam alinhadas com os padrões exigidos por órgãos reguladores.
A equipe do projeto é composta por alunos de iniciação científica e pós-graduação do IFSP. Os testes estão sendo realizados em parceria com a Prefeitura de Catanduva, e a expectativa é de que o sistema entre em operação ainda no primeiro semestre de 2025. O app será aberto ao público, enquanto a ferramenta de apoio médico terá acesso restrito às equipes de saúde.
O projeto foi estruturado para ser replicado em outras cidades do país, com foco na escalabilidade. Para isso, é necessário o envolvimento das prefeituras e o envio regular de dados pelas secretarias de saúde. A equipe pretende padronizar esse processo por meio de APIs, permitindo que a IA reconheça padrões específicos em diferentes regiões e possa, no futuro, cruzar dados entre municípios para identificar comportamentos e variações regionais da dengue.
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