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Protagonismo paraibano

Se em tempos de calmaria os líderes partidários escolhem com zelo os nomes que indicam para comissões importantes, dá para imaginar os cuidados observados nessa época de crise, quando o mundo inteiro está atento ao que ocorre no Brasil, especialmente no Senado, onde ocorrerá o julgamento da presidente Dilma Rousseff por crime de responsabilidade.

Os partidos que estão apoiando o impeachment escolheram nomes que estão fora do noticiário da Lava Jato e com experiência para enfrentar o debate. E os três representantes da Paraíba – José Maranhão e Raimundo Lira (PMDB) e Cássio Cunha Lima (PSDB) – foram escalados para a Comissão Especial que emitirá o parecer que poderá levar ao afastamento de Dilma do cargo. É o único estado com 100% da bancada.

Majoritário no Senado, o PMDB poderia escolher indicar o presidente ou o relator. Ficou com a presidência e o líder Eunício de Oliveira colocou Lira sob os holofotes.

Queria um nome com respeitabilidade, experiência e equilíbrio. Lira preencheu as exigências. Voltou ao Senado há pouco mais de um ano, mas dos oito anos do primeiro mandato, seis foram conduzindo as importantes comissões de Assuntos Econômicos e Orçamento. E tem temperamento para administrar os inevitáveis confrontos.

A comissão será instalada na segunda-feira. Lira já está analisando os documento encaminhados pela Câmara e agendou conversas com especialistas. Pretende solicitar a melhor assessoria da casa para ter condições de resolver as questões que forem levantadas com segurança e de acordo com as regras já definidas para esse processo. Sabe que estará na vitrine e se prepara para cumprir bem o seu papel.

Quanto a Cássio e Maranhão, ambos têm formação em Direito, muita experiência no debate político e conhecimento de gestão. Como ex-governadores, sabem o peso e a importância da Lei de Responsabilidade Fiscal, entendem de orçamento e dos limites de gastos que levam a crime de responsabilidade. Vão poder enriquecer o debate, assim como o também ex-governador Antonio Anastasia, cotado para relator.

Ainda tem outro paraibano nessa comissão, mas representa o Rio de Janeiro: Lindbergh Farias (PT), que fará a defesa de Dilma. Ele e Cássio já treinam embates há algum tempo. Agora serão em torno de uma causa que mobiliza todo o país. É o protagonismo paraibano.

TORPEDO

Ainda que a presidente veja a partir de uma perspectiva pessoal a existência de um golpe, na verdade há um gravíssimo equívoco, porque o Congresso e o STF já deixaram muito claro o procedimento de apurar a responsabilidade política da presidente.

Do ministro Celso de Mello (STF), sobre as declarações da presidente Dilma de que um golpe está em andamento no Brasil.

QUEDA…

Não bastasse as perdas políticas em razão do impeachment, o governador Ricardo Coutinho recebeu outra notícia ruim: o MP eleitoral deu novo parecer pela cassação do seu mandato por abuso de poder nas eleições de 2014.

… E COICE

O parecer do procurador João Bernardo da Silva foi na Aije da PBPrev. RC é acusado de pagar retroativos de benefícios previdenciários com objetivos eleitoreiros. Mais de R$ 10 milhões entre setembro e outubro.

PSDB E TEMER

O senador Cássio Cunha Lima anunciou que a Executiva Nacional do PSDB tem reunião marcada para decidir sobre uma participação no possível governo de Michel Temer. O encontro será no dia 3 de maio.

FERROADA

Cássio não perdeu a oportunidade de apontar que se Ricardo não teve como ajudar a presidente Dilma com os deputados, não terá como influir na votação do processo de impeachment no Senado. “Ele inexiste aqui”.

ZIGUE-ZAGUE

A Bloomberg informa que Michel Temer pretende cortar gastos, reduzir o tamanho do governo e substituir a maior parte do gabinete e chefes de estatais.

O Supremo adiou e não tem previsão de nova data para o julgamento da ação que questiona a nomeação e a posse do ex-presidente Lula na Casa Civil.

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