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PSOL oficializa apoio a João Azevêdo, mas diz que segue na oposição

Partido defende candidatura do socialista, citando como exemplo ações para a população na pandemia, mas explica que não tem negociações e mantém críticas
Adjany Simplicio (Foto: Divulgação)

O PSOL na Paraíba divulgou nota nesta quarta-feira (5) afrmando que apoia a candidatura de João Azevêdo (PSB) no segundo turno na Paraíba. O socialista teve 39,65% no resultado do primeiro turno, o que representa 863.174 dos votos, e disputa a reeleição para o Governo do Estado com Pedro Cunha Lima (PSDB), que teve 23,90%, o que representa 520.155 dos votos.

Na Paraíba, o PSOL disputou o Governo do Estado com Adjany Simplicio, que teve 9.567 votos, o que representa 0,44%.

Na nota, a legenda criticou a próxima composição do Congresso Nacional e o candidato tucano na Paraíba e mesmo apoiando a candidatura de João, explica que vai seguir como oposição.

Em resposta, o governador agradeceu o apoio da Executiva Estadual do PSOL e destacou a importância do partido na construção de um debate político de qualidade no estado, elogiando a participação da candidata Adjany Simplício no pleito.

“O PSOL tinha a única mulher na disputa, e Adjany fez uma participação singular nesse processo eleitoral, com propostas importantes para o Estado e um debate político extremamente necessário. Caminharmos juntos mostra que temos ideais focados na construção da política popular e no desenvolvimento da nossa amada Paraíba. , afirmou João.

O candidato do PSB também enalteceu as propostas do PSOL para o estado e a forma de fazer política da sigla. Conforme João, o momento agora é de seguir aglutinando apoios e continuar a caminhada até dia 30, data do segundo turno das eleições.

“Continuaremos os diálogos para alinhar e quem sabe aderir propostas do partido, nossa forma de fazer política é assim. Agora é seguirmos na nossa campanha, conquistar mais mentes e corações”, disse João.

Veja abaixo a nota do PSOL na íntegra.

O resultado das urnas no último dia 02/10/2022 revela o tamanho do desafio que o PSOL tem pela frente em nível nacional e regional. No plano nacional, apesar de termos eleito a maior bancada da nossa história, marcada pela diversidade e de maioria feminina, apesar de termos também superado a cláusula de barreira para a Câmara dos Deputados, de um modo geral a composição do próximo Congresso Nacional é fortemente conservadora, o que irá exigir dos nossos parlamentares e de todos e todas aqueles que compõem o campo democrático, na próxima legislatura, muita ação, articulação e resistência.

Para Câmara Federal nosso estado terá uma das piores composições da história, com representantes do conservadorismo e do reacionarismo local, além de um filhote das Oligarquias eleito para o Senado (Efraim). Além disso, nenhuma mulher foi eleita na PB para a próxima legislatura do Congresso Nacional. Esse mesmo conservadorismo oligárquico também se confirma com a candidatura Pedro Cunha Lima no segundo turno para o Governo do Estado.

Pedro Cunha Lima é a representação direta das oligarquias que contribuíram para o desmonte da Paraíba e para o sofrimento do povo. Como Deputado Federal, é apoiador de Bolsonaro, votando com ele em todas as suas propostas antipovo. Cunha Lima votou com Bolsonaro na Deforma da Previdência e Trabalhista, votou no corte de verbas das políticas públicas ao apoiar a EC 95, foi favorável à cobrança de mensalidades nas Universidades Públicas e defende abertamente uma política privatizante do patrimônio público brasileiro, sendo assim uma candidatura inimiga do povo e contrária aos interesses da classe trabalhadora.

Infelizmente, esse avanço conservador e reacionário também é responsabilidade do hegemonismo de alguns setores da esquerda na Paraíba, que interditaram o fecundo debate iniciado pelo PSOL/PB ainda em 2021 na perspectiva de construção de uma Unidade Democrática pela Paraíba, objetivando a aglutinação de forças para superação da ultradireita que avança na Paraíba, e que agora, se confirma com o resultado das eleições. Estes setores da esquerda na Paraíba, ao optarem por divisões internas em seus partidos e por alianças com a histórica oligarquia local, inegavelmente fragilizaram todo o campo popular. Esse cenário, também revela a urgência da esquerda paraibana se refazer. A necessidade de apontar novas lideranças do campo popular, que venham assumir o papel histórico de derrotar a ultradireita no país e no Estado.

A chapa majoritária da Federação PSOL/REDE, com Adjany Simplicio para o Governo do Estado e Alexandre Soares para o Senado da República, cumpriu um importante papel nestas eleições, propondo alternativas para o campo das esquerdas, enfrentando os temas mais urgentes da nossa conjuntura regional e nacional, apontando alternativas, e sobretudo, denunciando o projeto da ultradireita conservadora na Paraíba e também das oligarquias locais. Essa atuação independente e vigorosa do PSOL nas eleições 2022 na PB, inegavelmente, não só fortaleceu a campanha do Presidente Lula no Estado, mas também, demarcou, com nitidez, as razões pelas quais somos oposição ao atual Governo do Estado.

Contudo, para o 2º turno na Paraíba, reconhecemos que a candidatura de João Azevedo é a única alinhada ao Presidente Lula e com possibilidade de enfrentamento às medidas antidemocráticas do desgoverno Bolsonaro, como fez em outras oportunidades ao lado de outros/as governadores/as do Nordeste, sobretudo, no enfrentamento a pandemia. É preciso, portanto, potencializar a candidatura do Presidente Lula nesse instante, e para tanto, dentre as candidaturas que alcançaram o 2º Turno, a de João Azevedo é a que possui tais condições.

O PSOL compreende que sinalizar apoio a candidatura de João Azevedo na Paraíba não retira, em absoluto, qualquer crítica feita pelo partido durante a disputa eleitoral no 1º Turno, nem tampouco significa que o PSOL irá compor um futuro governo. Compreendemos que se faz necessário neste instante se posicionar, ter responsabilidade com o que poderia representar a eleição de Cunha Lima e o avanço do bolsonarismo na Paraíba. A mesma responsabilidade que nacionalmente assumimos, ao abdicarmos de candidatura própria a Presidência da República em 2022, em função de uma unidade para eleição do Presidente Lula, única candidatura capaz de superar o atual desgoverno.

Mas reafirmamos que não abriremos negociação com o Governo João Azevedo, seguiremos na oposição, pois apresentar pontos a serem assumidos por João seria criar expectativas de composição com o Governo, o que não está nos planos do PSOL.

Diante do exposto, a Executiva Estadual do PSOL delibera por:

  1. Indicar voto crítico na Candidatura do PSB (João Azevedo), partido que compõe nacionalmente a coligação da candidatura do Presidente Lula e que o PSOL também faz parte;
  2. Orientar os/as dirigentes e filiados/as ao PSOL Paraíba a se absterem de sinalizar apoio ou mesmo fazerem campanha, expor ou indicar voto na candidatura do PSDB (Pedro Cunha Lima) que está alinhada ao bolsonarismo.

João Pessoa, 04 de outubro de 2022.

EXECUTIVA ESTADUAL DO PSOL NA PARAÍBA

Palavras Chave

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