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Repórter da TV Correio é agredida durante reportagem

A repórter da TV Correio, Ludmila Costa, foi agredida por um defensor da intervenção militar enquanto fazia a cobertura da crise dos combustíveis em um posto de João Pessoa. A jornalista foi até a delegacia e prestou queixa do fato, ocorrido nesse domingo (27). Em nota, o Sindicato dos Jornalistas da Paraíba e a Associação Paraibana de Imprensa (API) repudiaram a atitude do homem.

A agressão ocorreu no momento em que Ludmila entrevistava um senhor a respeito das dificuldades para abastecer durante a greve dos caminhoneiros. Irritado, o agressor interferiu várias vezes na conversa de Ludmila com o entrevistado, até que o interlocutor ameaçou chamar a polícia.

“Melhor seria chamar a ambulância porque esse cidadão não está em seu juízo normal”, falou Ludimila no momento. A partir daí, o defensor da intervenção militar passou a proferir vários xingamentos contra a repórter. O entrevistado interveio e deu-lhe um tapa. A confusão, então, foi generalizada.

“Sou mulher, jornalista, estudante, filha e acima de tudo cidadã que cumpre seus deveres e obrigações. Não admito qualquer abuso, principalmente quando estou exercendo meu direito de trabalhar. O boletim foi registrado e tenho imagens do agressor. Vai responder na polícia por ameaça”, desabafou a jornalista em postagem nas redes sociais.

Sindicato e API emitem nota de repúdio

O Sindicato dos Jornalistas da Paraíba emitiu nota repudiando o desrespeito à imprensa na cobertura dos protestos. “A intolerância e o desrespeito, infelizmente, têm vindo à tona em várias situações durante as coberturas da crise dos combustíveis e devem ser rechaçadas com ênfase”, diz a nota.

A entidade cobrou das autoridades de Segurança do Estado que agressores desse tipo sejam punidos com rigor, pois atentam contra “o livre exercício do mister de informar”. “Os jornalistas não devem ser censurados, coagidos, patrulhados, desrespeitados e muito menos agredidos por atuarem profissionalmente para levar à população informações para a sobrevivência em tempos caóticos como os que vivemos”.

Já a API considerou acertada a atitude de Ludmila que procurou as autoridades policiais. “A jornalista, acertadamente, já procurou as instâncias legais para registrar e denunciar a violência sofrida, assim como seu agressor, assumindo uma postura altiva diante do arbítrio sofrido e conta também com o apoio da API nessa demanda”.

A diretoria da Associação lembrou que o trabalho jornalístico se torna ainda mais imprescindível neste momento onde muitas notícias falsas circulam na internet. “É preciso compreender que em tempos de multiplicidade de canais de informação e da consequente proliferação das chamadas “Fake news” (notícia falsa), o profissional de imprensa é ainda mais indispensável para levar a toda a sociedade a verdadeira informação e assim contribuir para a consolidação da nossa democracia”.

 

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