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Repórteres são chamadas de ‘vagabundas’ por apoiador de Bolsonaro, em João Pessoa; VÍDEO

Vídeo publicado pelo jornalista Maurílio Júnior registra a agressão e a ação de outros jornalistas que tentaram proteger as profissionais

Pelo menos duas repórteres de João Pessoa foram insultadas por um apoiador do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), na manhã desta sexta-feira (13), durante cobertura da agenda do ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, e da primeira-dama, Michelle Bolsonaro, na capital paraibana.

Os dois estiveram na Capital para o lançamento da ‘pedra fundamental’ do hospital especializado no atendimento de pessoas com deficiência e doenças raras, que será construído no bairro dos Bancários. O espaço destinado à unidade fica ao lado da Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (Apae).

O ministro, a primeira-dama e o prefeito de João Pessoa, Cícero Lucena (Progressistas), não falaram com a imprensa e os detalhes da agenda oficial não foram divulgados.

Durante a passagem da primeira-dama, jornalistas tentaram fazer perguntas, mas foram ignorados. Em uma dessas tentativas, os profissionais foram interrompidos por um bolsonarista, que falou insultos e xingamentos.

Em um dos ataques, o homem ainda não idendificado chamou as repórteres Sandra Macedo, da Rede Correio Sat, e Iracema Almeida, do jornal A União, de “vagabundas”. Guardas municipais contiveram o homem, mas ele não foi detido.

Um vídeo publicado pelo jornalista Maurílio Júnior registra a agressão e a ação de outros jornalistas que tentaram proteger as profissionais. Veja abaixo.

https://www.youtube.com/watch?v=mL60ZtM7JX8

A Associação Paraibana de Imprensa (API) divulgou nota repudiando os ataques. “Os ataques verbais, que por pouco não evoluíram para agressões físicas, partiram de militantes apoiadores do presidente Bolsonaro, principalmente direcionados a duas jornalistas mulheres, Iracema Almeida, do Jornal A União, e Sandra Macedo, da rádio 98 Correio FM. Os xingamentos, além de ataques à liberdade de imprensa, são considerados machistas e sexistas”.

A API se solidarizou com as profissionais atacadas. “Externamos, de forma destacada, nossa total solidariedade às excelentes jornalistas, que prestam um serviço ímpar para a imprensa paraibana. Trabalharemos para que todas estejam seguras em seus papéis de suma importância junto à sociedade deste estado”

A entidade criticou a atitude dos agressores. “Condutas como essa, fustigadas por lideranças políticas, não são aceitáveis em uma democracia, muito menos aceitas por nossa classe. É inadmissível, no exercício de suas atuações profissionais, jornalistas serem atacadas por discursos descontrolados. Não calarão a imprensa comprometida com o Estado Democrático de Direito e com a atuação profissional de todos os jornalistas”.

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