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Ressaca com CPMF

A crise interferiu nos planos de muitos para o Carnaval e vai continuar preocupando depois das festas. A presidente Dilma Rousseff quer aumentar ainda mais a arrecadação federal (em 2015 já elevou as tarifas de vários impostos e contribuições) e espera que o Congresso Nacional aprove o retorno da CPMF, o chamado imposto do cheque, o que não existe em nenhum outro país. Por que será?

Os brasileiros conhecem bem a CPMF. Foi criada a primeira vez em 1993 como IPMF e passou a vigorar em 1994 com alíquota de 0,25%. Dois anos depois, argumentando que a Saúde em crise precisava de investimentos, surgiu a CPMF cobrando 0,20%. Deveria ter durado dois anos, mas em 1999 foi reajustada para 0,38%. Foi cobrada até dezembro de 2007, sem melhorar o atendimento à população.

A rejeição a onerosa e injustificada CPMF é enorme. E não apenas dos trabalhadores, tão explorados, mas também de empresários que temem a repercussão em seus custos. Existe o agravante da falta de confiança no governo em razão da corrupção sistêmica revelada pela Lava Jato, mas também tem a incapacidade da presidente Dilma de dar solução aos problemas da economia.

Na avaliação de vários parlamentares paraibanos, a CPMF não passará no Congresso. O senador Raimundo Lira (PMDB) diz que é “um imposto danoso” ao país. É contra por vários motivos, mas principalmente porque penaliza quem trabalha na legalidade, mas não atinge quem opera na ilegalidade e não usa o sistema financeiro, a exemplo dos que compram e vendem drogas, armas, contrabando…

O deputado Marcondes Gadelha (PSC) também aposta na rejeição da CPMF. Explica que a presidente Dilma propõe um novo imposto sem enfrentar o maior problema do seu governo, que é o custo da máquina, que permanece praticamente inalterando enquanto exige sacrifícios à Nação. Aponta que os juros da dívida pública já consomem 47% das receitas fiscais e que sobram apenas 3% para investimentos. Diz que com suas opções só os bancos ganham no Brasil.

Para Marcondes, Dilma quer a CPMF porque não é sonegável, atingindo todos, igualmente. Diz que só seria aceitável se fosse em substituição a outro imposto. “Mais um, ninguém aguenta. É tiro no pé”. Para Dilma, porque para quem corre o risco de abrir mão de mais suor e lágrimas para o governo, será causa para ressaca braba.

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