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Sa?de alerta para riscos em cesarianas e partos naturais aumentam na Capital

Campanha realizada no Instituto Cândida Vargas, em João Pessoa, conseguiu reduzir o número de cesarianas e fazer com que 55% das mães optassem pelo parto natural no primeiro semestre deste ano. As ações de incentivo começaram ainda no período de pré-natal.

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“Fazemos um curso com as gestantes e os pais para orientá-los sobre os benefícios do parto normal, diminuindo aquela tensão natural que existe na maioria das vezes, e trabalhamos no sentido de convencer às mães de que o parto natural geralmente é o mais indicado para a saúde dela e do bebê”, afirmou o obstetra e diretor técnico do ICV, Juarez Augusto.

Para desenvolver esse trabalho, a maternidade conta com uma equipe multiprofissional que acompanha as mães no pré e pós-parto. A equipe inclui médicos (obstetras, neonatologistas e anestesistas), enfermeiros, psicólogos, fisioterapeutas e assistentes sociais, além do suporte das doulas voluntárias e um acompanhante de livre escolha da gestante.

“Além do trabalho da equipe multiprofissional, a maternidade utiliza métodos não-farmatológicos para o parto natural como o cavalinho, a bola e a barra, como também a ducha quente para estimular o relaxamento da gestante”, explicou o médico.

Uma das mães atendidas pelo ICV é a gerente comercial Cíntia Sátiro, que deu à luz ao seu terceiro filho por meio de parto normal. “É um momento mágico, como o nome já diz, é natural. Acho que é uma experiência importante para a mãe e muitas pessoas acabam deixando de viver um momento tão perfeito apenas pelo medo daquilo que nem conhecem”, disse.

Benefícios do parto natural

São inúmeros os benefícios do parto natural para a mãe e o filho, sendo os principais: a recuperação mais rápida, amamentação mais precoce, contato pele a pele imediato da mãe com o bebê, redução da perda sanguínea, redução do risco de infecção e a redução do período de hospitalização.

A cirurgia cesariana é necessária apenas em alguns casos, a exemplo de descolamento prematuro de placenta, eclâmpsia (convulsões durante a gravidez), duas cesarianas anteriores, sofrimento fetal agudo, ausência ou redução acentuada de líquido amniótico e desproporções céfalo-pélvica (quando a pelve materna não permite a passagem da cabeça fetal).

Dados

De janeiro até junho deste ano, foi realizado um total de 3.632 partos no ICV. Desses, 2.001 (55%) foram de forma natural e 1.631 (45%) foram cirurgias cesarianas. Já no mesmo período do ano passado, a diferença entre as duas formas de parto foi menor. Do total de 4.019 partos, 2.025 (50,3%) foram normais e 1.994 (49,7%) foram cesarianas

A média nacional de cirurgias cesarianas na rede pública é de 40% e na rede privada é de 84% do total de partos realizados, de acordo com dados divulgados pelo Ministério da Saúde (MS).

Quando não tem indicação clínica, a cesariana ocasiona riscos desnecessários à saúde da mulher e do bebê. O método aumenta em 120 vezes a probabilidade de problemas respiratórios para o recém-nascido e triplica o risco de morte da mãe. Aproximadamente 25% dos óbitos neonatais e 16% dos óbitos infantis no Brasil estão relacionados à prematuridade.

No final de 2014, o Ministério da Saúde lançou medidas para incentivar o parto normal e reduzir a ocorrência de cesarianas desnecessárias, tanto na saúde suplementar como no sistema público. Desde a semana passada, as novas regras estabelecidas pelo Governo Federal passaram a ser exigidas aos serviços particulares.

Propostas para o parto adequado

O MS selecionou, no início desse ano, instituições públicas e privadas para participar do projeto de incentivo ao parto normal, apresentando três propostas assistenciais como ponto de partida.

No primeiro modelo, o parto é realizado pelo plantonista do hospital. O segundo propõe que o parto seja realizado pelo médico pré-natalista do corpo clínico, com suporte da equipe multidisciplinar de plantão. No terceiro, o parto é assistido por um dos membros de uma equipe de profissionais, composta por três ou mais médicos e enfermeiras obstetras. Neste caso, a parturiente se vinculará à equipe que terá sempre um médico e uma enfermeira obstetra de sobreaviso para realizar a assistência do trabalho de parto e parto.

Além disso, estão previstas outras ações complementares, como adequações na ambiência da maternidade, estímulo à participação de acompanhantes, visitas guiadas à maternidade, cursos de gestantes durante o pré-natal e avaliação da experiência do cuidado no pós-parto pelas mulheres, com retorno à equipe para melhorar o cuidado.

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