Homens que moram em João Pessoa e não pretendem mais ter filhos podem realizar a cirurgia de vasectomia de forma gratuita. O procedimento interrompe a circulação dos espermatozóides produzidos pelos testículos e conduzidos para os canais que desembocam na uretra, impedindo a gravidez. A cirurgia leva de 15 a 20 minutos e não há necessidade de internação hospitalar, podendo ser realizada em um ambulatório.
Desde julho deste ano, a realização do procedimento passou a ser por demanda espontânea. Ou seja, o homem que deseja realizar o procedimento, basta ir ao Hospital Municipal Santa Isabel (HMSI) e dar entrada no procedimento. O prazo para a realização da vasectomia é de 60 dias, pelo menos, entre a manifestação da vontade e o ato cirúrgico.
De acordo com a Lei 9.263 de 12 de janeiro de 1996, para realização da vasectomia, é necessário que o homem esteja em capacidade civil plena, seja maior de 25 anos ou tenha pelo menos dois filhos vivos. Caso mantenha um relacionamento conjugal, a esterilização depende do consentimento de ambos.
“A realização da vasectomia como ato de planejamento familiar corresponsabiliza o homem na adoção de medidas de contracepção, não cabendo apenas à mulher esse papel, além de resgatar a importância da paternidade ativa, tanto no planejamento, quanto na criação dos filhos e na decisão de adotar medidas do planejamento reprodutivo para a família”, comenta o coordenador da área técnica da Saúde do Homem da SMS, Késsio Brito.
Késsio também explica que a vasectomia é um procedimento definitivo e não apresenta efeitos colaterais em longo prazo. “O procedimento não interfere na realização sexual, não afeta o desempenho sexual do homem e o desconforto testicular dura por apenas 2 a 3 dias”, conclui o coordenador da Saúde do Homem.
Em 2017 foram realizados 139 cirurgias pelo Hospital Santa Isabel. Este ano, 66 homens já fizeram a vasectomia.
Saúde do homem
A área técnica em Saúde do Homem tem como diretriz promover ações de saúde que contribuam significativamente para a compreensão da realidade singular masculina nos seus diversos contextos sócio-culturais e político-econômicos. Essa linha de cuidado trabalha políticas de acesso e acolhimento, saúde sexual e reprodutiva, paternidade e cuidado e as doenças prevalentes entre a população masculina.
Segundo o Ministério da Saúde (MS), os homens, comparativamente às mulheres, têm mais excesso de peso, baixo consumo de frutas, de legumes e de verduras, consumo abusivo de bebidas alcoólicas e tabagismo, situações que podem estar se refletindo numa maior mortalidade por doenças do aparelho circulatório, principalmente entre os mais velhos, e também por causas externas, predominantemente entre os mais jovens.
Ainda de acordo com o MS, os homens apresentam maior mortalidade do que as mulheres em praticamente todos os ciclos de vida. Vivem, em média, sete anos menos do que as mulheres e têm mais doenças do coração, câncer, colesterol e pressão arterial elevada, além de maior tendência à obesidade.
Comportamentos de risco, como consumo abusivo de bebidas alcoólicas, também se associam a outros comportamentos de risco, muitos determinados pela falsa autopercepção da infalibilidade masculina, facilitando a ocorrência de acidentes e de doenças infectocontagiosas como a Aids e a tuberculose. Eles também apresentam mais resistência a procurar cuidados médicos e a realizar atitudes preventivas.
Para este público, como parte das ações preventivas na Rede Municipal de Saúde há a oferta de exames de hemograma completo, exames sumário de urina, glicemia capilar e de jejum, verificação de pressão arterial, PSA, ultrassonografia de abdome, vasectomia e imunização.