Saiba o que é sopro no coração e quando condição exige cuidados

Muitos pais e mães ficam apreensivos quando levam um filho ou filha ao médico e ouvem do profissional que a criança tem sopro no coração. O diagnóstico assusta, mas não se trata de uma situação grave na maior parte das vezes. Na verdade, estima-se que cerca de 40% a 50% das crianças saudáveis apresentam o sopro denominado inocente ou fisiológico, decorrente de fenômenos naturais.

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Para saber mais sobre o assunto, procuramos o pesquisador e cardiologista Valério Vasconcelos. “Sopro no coração é o nome de um ruído que pode ser ouvido (auscultado, em termo técnico) no peito de uma pessoa, sendo resultado de sangue passando através de um orifício menor do que deveria. O barulho do sopro do coração é similar a alguém soprando no ouvido ou uma fresta de janela aberta”, explica o médico, que é autor do livro “O coração gosta de coisas boas”.

Segundo o especialista, boa parte dos sopros cardíacos não é grave. “Há casos em que ele pode simplesmente sumir com o tempo, não sendo necessário qualquer tipo de tratamento. No entanto, há casos mais raros em que o ruído estranho percebido nos batimentos do coração pode ser patológico e está associado a situações mais preocupantes”.

O cardiologista esclarece que essa condição clínica não apresenta sintomas quando se trata de sopros funcionais (benignos), que são mais comuns em crianças. “No entanto, quando se trata de um sopro, que pode indicar doenças cardíacas, o ruído pode vir acompanhado de vários sintomas, como: falta de ar, tosse crônica, veias do pescoço aumentadas, falta de apetite, tontura, pele azulada, dor no peito e transpiração intensa mesmo sem esforço algum”, explica o médico.

Valério Vasconcelos acrescenta que, pelo fato de o sopro no coração, frequentemente, se tratar de uma condição congênita ou gerada por doenças infecciosas, sobre as quais temos pouco controle, muitas vezes não há o que ser feito como prevenção. “Entretanto, cuidar bem da saúde do seu coração é muito importante”, ressalta. Dessa forma, diz o cardiologista, evita-se o aparecimento de males como hipertensão ou a ocorrência de um infarto, que são fatores de risco para o sopro cardíaco.

Indiretamente, complementa o cardiologista Valério Vasconcelos, o desenvolvimento do sopro no coração em decorrência de outras doenças também pode ser evitado por algumas atitudes que visam ao bem-estar geral do organismo, como: manter uma alimentação saudável; praticar atividades físicas regularmente; manter a pressão arterial sob controle; controlar os níveis de colesterol, triglicerídeos e glicose no sangue; não fumar; reduzir ao mínimo possível o consumo de bebidas alcoólicas; e gerenciar o estresse.

Causas do sopro no coração

• Pós-infarto
• Fraqueza do músculo cardíaco, que pode ser decorrente de um aumento do coração
• Problemas nas valvas do coração, decorrente de febre reumática ou causado por infecções e condições que danificam as estruturas do coração
• Defeitos congênitos no coração
• Excesso de hormônio da tireoide (hipertireoidismo)
• Gravidez
• Insuficiência de glóbulos vermelhos (anemia)

Diagnóstico

O diagnóstico é feito pelo médico durante consultas de rotina, com a história clínica e a ausculta com o estetoscópio. Essa análise mais criteriosa pode ser complementada por exames específicos. Os mais indicados são o eletrocardiograma (ECG) e o ecocardiograma, um tipo de ultrassonografia que permite visualizar e analisar as imagens do coração. Tais exames são essenciais para verificar a presença ou não de anormalidades dignas de intervenção.