Além de levar cultura e ser mais uma opção de lazer para pessoenses e turistas, o Salão de Artesanato da Paraíba representa a principal fonte de renda para os mais de 4 mil artesãos participantes. Com o dinheiro arrecadado nas duas edições do evento, muitos artesãos obtêm o capital de giro para todo o ano.
Exemplo disso é o artesão Antônio Honorato, que trabalha com a tipologia Fibras há mais de 20 anos. Ele conta que deixou de lado a paixão pela arte, por alguns anos, para trabalhar como motorista de ônibus, mas há dois anos se associou ao Programa de Artesanato da Paraíba (PAP) e hoje vive totalmente do artesanato. “Com o artesanato, sustento minhas três filhas. O Salão é uma oportunidade a mais que a gente tem. Trabalho o ano todo, mas o foco mesmo são os salões, tanto de João Pessoa quanto o de Campina Grande”, disse.
Honorato revela que mensalmente lucra por volta de R$ 2,2 mil. Já no Salão, a média de vendas chega a R$ 7 mil. “Arrecado mais que o triplo da minha renda nos Salões e uso esse dinheiro extra como capital de giro para o ano todo. O turista está aqui e a gente vende muito mais. Nesta edição, já lucrei R$ 3,5 mil, mas tendo em vista que ainda faltam duas semanas, acredito que irei bater minha meta de R$ 7 mil”, afirma.
Mesmo focado em atingir a meta, Honorato já pensa na próxima edição, em Campina Grande. “Terminando esse daqui, já vou começar a trabalhar para o próximo, porque esse ano tem também a Copa do Mundo junto com o São João. Estou muito otimista que as vendas vão ser ótimas”, conta.
Com o mesmo ânimo de quem sempre viveu do artesanato está também quem descobriu a paixão há pouco tempo. É o caso de Márcio Pontes, da tipologia Metal. Márcio é educador físico por profissão, mas tem o artesanato como paixão, e essa descoberta aconteceu há apenas seis meses. Este é seu primeiro ano no Salão, mas não há quem passe pelo seu estande e não pare para admirar suas criações. Márcio transforma peças automotivas em arte. Em suas mãos, correias, latarias e partes de sucata viram esculturas cheias de poesia.
“Numa brincadeira, desafiei uma pessoa e fiz uma motocicleta de metal. A partir daí, não parei mais. Vi que consigo identificar numa peça sem vida uma possível figura e daí surgem as peças, sempre prezando pela harmonia final”, explicou.
Márcio conta que apesar de ser a primeira experiência, já recebeu muitas encomendas. “Estou muito otimista com as oportunidades que devem aparecer após o Salão. Eu precisava ver o que as pessoas achavam das minhas peças, porque até então eu fazia só por hobby. O Governo do Estado me abriu esse espaço e, para mim, essa vitrine é muito importante, vejo que o público está gostando do meu estilo. Meu desejo agora é levar em frente essa habilidade. Já vi turistas da Itália, Espanha e de todo o Brasil passando aqui e parabenizando o Salão, que não deixa a desejar a nenhum evento do País. Acho que os artesãos que estão aqui estão prontos para encarar qualquer Salão”, concluiu.
O Salão
Considerado um dos maiores eventos de artesanato do país, o 19º Salão de Artesanato da Paraíba apresenta o tema “Nossa Arte tem Fibra” e destaca trabalhos produzidos em 130 municípios. O 19º Salão de Artesanato da Paraíba é uma promoção do Governo do Estado, por meio do Programa de Artesanato da Paraíba, que é vinculado à Secretaria de Estado do Turismo e do Desenvolvimento Econômico, sob a coordenação geral da primeira-dama do Estado, Pâmela Bório.
Funcionamento
O Salão funciona diariamente, das 15h às 22h, até 26 de janeiro. A visitação é gratuita.