Dezesseis anos depois de colocar 1,2 milhão de pessoas na orla em show recorde, Sandy voltou a João Pessoa pela terceira vez, sendo a primeira em carreira solo. A cantora se apresentou na noite desse sábado (18), no teatro Pedra do Reino, com a turnê ‘Meu Canto’. Além das novidades do CD homônimo e que também tem um DVD, ela trouxe músicas dos outros dois álbuns da carreira solo (‘Manuscrito’ e ‘Sim’), e emocionou o público com alguns clássicos da época de Sandy & Júnior. Acompanhe abaixo.
Logo no começo da noite, alguns fãs já começavam a chegar para a visita no camarim, promovida por fãs-clubes do país. Augusto Ângelo, de 27 anos, esteve no show de Recife (PE), que ocorreu na noite anterior, e depois do de João Pessoa, ele já se programava para ir a Natal (RN), onde ela se apresenta neste domingo (19). Augusto ainda lembrou de quando esteve entre os 1,2 milhão de pessoas que viram Sandy & Júnior em 2001, na Orla de João Pessoa. “Sou fã há 17 anos. Eu estava na praia naquele dia e foi inesquecível”, afirmou.
Entre vários fãs que aguardavam a cantora no hall do teatro, Daniel Pessoa, de 25 anos, era um dos que não estava cadastrado para vê-la no camarim, mas planejou tudo para tentar chegar perto dela. “Sou de Jacaraú [interior da Paraíba] e a acompanho desde o sucesso ‘A Lenda’”, disse ele, expondo o cartaz que pretendia mostrar no show para chamar a atenção da artista.
No Dia do Fã, comemorado em 18 de março, eles celebraram da melhor forma, com CDs, cartazes e até malas na mão de tanto viajar para ver os shows onde ela estivesse, sempre com a esperança de chegar perto da artista. Por sinal, essa era uma missão difícil em meio ao rigoroso esquema de segurança, já alterado depois de um incidente em Recife [leia abaixo], e de uma produção criteriosa e organizada. Quem conseguiu, festejou com fotos nas redes sociais.
Por volta das 19h30, os jornalistas foram chamados para a entrevista coletiva. Ao chegar da passagem de som, ela esbanjou sorriso e cumprimentos. “Deixa eu só me organizar para atender vocês e não ficar com caretas nas fotos”, brincou.
‘Ataque’ de fã
A cantora comentou sobre o incidente no show em Recife, na sexta-feira (17), quando um fã invadiu o palco e quase a derrubou com um puxão enquanto era retirado pelos seguranças. Ela disse que foi só um susto em um caso pontual e que isso não é motivo para que os fãs pensem que ela não queira mais voltar à capital pernambucana. Apesar da tranquilidade sobre o tema, a cantora defendeu que deve haver limites.
“A gente leva um susto. Os fãs ficaram assustados… É uma coisa pontual. Isso serve até para incentivar o contrário porque as pessoas se envergonham. Acho que tem um limite, mas a maioria das pessoas tem esse limite e, pelo amor de Deus, isso não é motivo para não voltar [a Recife]”.
Volta da dupla
Questionada sobre uma possível volta, pelo menos para um show, com o irmão Júnior, Sandy disse que não há planos, nem expectativas ou algo de concreto, mas apenas uma possibilidade. “Já conversamos informalmente sobre isso, mas nunca fizemos planos. Os fãs ficaram órfãos de ‘Sandy & Júnior’; às vezes a gente canta junto [para relembrar], mas agora não é o momento. Ele acabou de começar a carreira solo… Talvez a gente faça alguma coisa. Não há uma expectativa, mas não descarto a possibilidade”.
Ídolos
Ao Portal Correio, Sandy falou que alguns ídolos que ela tinha desde a infância e adolescência permanecem até hoje como inspirações. Admiradora de Christina Aguilera e Bon Jovi nos anos 2000, ela acabou deixando os mais ‘pops’ para trás e se manteve fiel aos que considera “atemporais”.
“Alguns ídolos da infância e adolescência permaneceram, como Elis Regina e Ella Fitzgerald. Eu também gosto muito da Sarah McLachlanh de quem eu era fã na adolescência e continuei sendo”, disse, citando além da brasileira que é ícone da MPB, a norte-americana de voz poderosa e que fez sucesso com jazz entre as décadas de 1930-60, e a canadense soft de 49 anos, respectivamente.
O show
Sandy segue quase todo o roteiro do DVD ‘Meu Canto’, mas são vários os momentos em que ela interage com mensagens mais específicas para o público local, além de umas ‘escapadas’ do setlist original. No repertório em João Pessoa, ela não cantou a faixa ‘Olhos Meus’, com participação de Gilberto Gil, e a substituiu por ‘Mesmo Sem Estar’, que gravou com Luan Santana. Outro ponto fora do planejado foi quando a plateia entoou ‘Quando Você Passa (Turu Turu)’, perto do fim, e ela seguiu cantando um pouco do refrão desse hit lançado em 2001.
Os fãs também planejaram um roteiro a ser seguido pela plateia em alguns pontos do show. No início, folhetos foram distribuídos com orientações para uso de balões infláveis na faixa ‘Perdida e Salva’ e fotografias da cantora com a mãe Noely ou com a avó Mariazinha, que deveriam ser erguidas na hora de ‘Morada’. “Assim vocês me emocionam; combinaram tudo hein, seus safadinhos! Alguém fez foto?! Minha mãe vai ficar feliz”, disse, depois de ter pedido, ainda durante uma das canções, que a equipe de produção fotografasse as homenagens do público.
Com voz marcante e um carisma inigualável, Sandy emocionou quem foi ao Pedra do Reino e fez questão de relembrar quando esteve na capital paraibana em dezembro de 2001. “Nosso maior show foi aqui [em João Pessoa]. Sempre que conversamos, eu e meu irmão lembramos. Que saudade!”, afirmou.
Durante as canções, uma tosse moderada a acompanhava. “Desculpa a tosse, gente”, explicando o desconforto, sem deixar que o problema a atrapalhasse em nenhuma das notas ou falsetes – que continuaram impecáveis!
Lotar casas de shows não é mais o objetivo de Sandy, que faz música por amor e arte, para os fãs. Distante dos objetivos visados pelo famigerado mercado de lucros e vendas, a cantora e compositora se apresentou para um público pequeno, que desembolsou valores ‘salgados’ (entre R$ 138 e R$ 322) para vê-la e lotou apenas um dos setores do imenso teatro que cabe cerca de 3 mil pessoas.
Depois do show em Natal, ela faz uma pausa e as apresentações farão ‘bis’ em Paulínia (SP), Rio de Janeiro (RJ), Belo Horizonte (MG) e Curitiba (PR) nos dias 1º, 7, 15 e 30 de abril, respectivamente. Segundo a produção, novas datas deste primeiro semestre serão anunciadas em breve.
Sandy em números
– 27 anos de carreira
– 20 álbuns lançados e 1 EP
– Mais de 17 milhões de discos vendidos
– 14 turnês
– Cerca de 1.800 shows no Brasil e exterior
– Público estimado em 33 milhões de pessoas
– Mais de 240 músicas gravadas
– 1,2 milhão de pessoas no show de João Pessoa
– 250 mil pessoas no show do Rock’n Rio III
– 70 mil pessoas no show do Maracanã
– 9 DVDs
– 5 anos de seriado homônimo na TV
– 4 filmes, 1 novela e 1 minissérie
– Mais de 65 indicações em prêmios na área musical
– Mais de 550 participações em programas de TV